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"Não farei papel figurativo", diz Isabella de Roldão, candidata a vice-prefeita do Recife na chapa de João Campos

Ex-vereadora e ex-secretária de Habitação do Recife, Isabella de Roldão tem compactuado do discurso do candidato de socialista sobre construir pontes na política e não muros. Ela também afirmou que o clima no PDT Recife é de integração.

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Publicado em 21/09/2020 às 20:31
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HERANÇA Ex-vereadora é filha de Roldão Joaquim, que foi vice de Eduardo Campos nas eleições de 1992 - FOTO: ANDREA RÊGO BARROS/PCR
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Eleições 2020 - JC

Após o tumultuado processo interno do PDT pela escolha de quem seria o nome indicado para a compor a vice na chapa encabeçada pelo deputado federal João Campos (PSB), a ex-vereadora do Recife Isabella de Roldão, afirma que não fará papel figurativo, caso sejam eleitos em novembro. A fala da pedetista se refere a imagem, da qual considera ser ultrapassada, de que vice-prefeito ou vice-prefeita muitas vezes não teria uma atuação tão relevante durante o mandato de quatro anos.

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“Pelo processo que a gente vem construindo, entendendo-se que tem uma semana que construímos isso a várias mãos e de forma definitiva. Por esse processo já se compreende que tanto eu quanto João, de que que a vice não terá papel figurativo. Tenho uma atuação muito forte junto às pessoas, gosto dessa comunicação e da participação”, destaca Isabella, em entrevista ao JC.

Ela afirma que tem muitas coisas em comum com o candidato a prefeito pelo PSB, endossando o discurso de que a política precisa de construtores de pontes e não de muros, como tem bradado Campos desde que se colocou na disputa majoritária. “É nessa construção de ponte, inclusive da nossa relação de prefeito e vice-prefeita, que a gente vai estreitando isso. Acho que é algo bem ultrapassado isso de que o vice é meramente figurativo, só está ali para fazer algo em caso de ausência, de viagem. Até nisso vamos ter a ousadia de fazer isso de forma colaborativa e participativa”, declara.

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A postura crítica as gestões do PSB (estadual e municipal), mesmo no passado e que não deixa de ser alvo de questionamento, não é colocado como empecilho para essa aliança. Segundo Isabella, é preciso trabalhar na melhoria da comunicação com a sociedade para fazer a cidade avançar. “Todas nós e todos nós, temos desejo de nos apropriarmos das mudanças que estão acontecendo. Por melhor que você me proponha alguma coisa, que faça determinadas melhorias na minha rua e no meu bairro, se eu não participo dessa construção, seja me envolvendo, opinando e até criticando, fica difícil me apropriar disso. O sentimento de pertencimento é muito importante e se faz com a participação direta das pessoas”, avalia.

Para a cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho), Priscila Lapa, seria difícil a administração do PSB ser imune às críticas até dos próprios aliados. “São muitos anos de gestão na mão do partido, tanto estadualmente quanto na capital, fica difícil não ter críticas e desagregados. O PDT é um partido que participa e apoia, já apoiou em outras ocasiões, mas não chega a ter um rompimento público”, afirma Lapa.

Ainda na avaliação da docente, a escolha de Isabella ao invés do deputado federal Túlio Gadêlha - que havia retirado pré-candidatura majoritária e depois recuou da decisão, mas acabou sendo destituído do comando da comissão provisória do PDT Recife - não está só no fato de ser mulher, mas ter uma inserção maior. “O que pesou realmente foi um articulação de bastidor. Túlio tem visibilidade, mas não tem uma penetração política partidária no Estado por força do nome, da herança política e ter ocupado cargos na cena local”, ressalta a cientista política. 

Sobre essa questão, Isabella de Roldão diz que não há um clima ruim no partido e que pretende estar mais próxima dos candidatos à Câmara Municipal do Recife. “Eles estão integrados e temos nos comunicado. A gente precisa estar se consolidando nessa relação boa de construção coletiva, porque não se faz nada só. Achei massa essa coisa deles já terem alguns projetos e propostas para a cidade”, declara.

Críticas da oposição

A tradição política na família, alvo de críticas por parte dos candidatos a prefeito que fazem oposição ao PSB, não é um fator possa vir a constranger ou incomodar a ex-secretária de Habitação do Recife - Isabella é filha do ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Roldão Joaquim e que nas eleições de 1992 foi candidato a vice-prefeito do Recife na chapa de Eduardo Campos, estreante na disputa pela prefeitura.

“Sou filha de Roldão Joaquim dos Santos. Vou negar minha paternidade e a história política de contribuição que meu pai fez para este Estado? Não há o que negar, João é filho de Eduardo Campos e é isso. Que bom que tive dentro de casa a lição da boa política, da política feita para as pessoas, que bom que aprendi isso no berço”, dispara a candidata a vice. 

 

RODOLFO LOEPERT/DIVULGAÇÃO
PALANQUE Além do PDT e PSB, as candidaturas de João Campos e Isabella de Roldão, postulante a vice-prefeita na chapa, têm o apoio de outras 10 siglas - FOTO:RODOLFO LOEPERT/DIVULGAÇÃO
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Eleições 2020 - FOTO:JC

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