Presidência da Câmara

PSB aprova indicativo de apoio a candidatura de Arthur Lira para presidência da Câmara dos Deputados

Durante a reunião de bancada do PSB, dos 31 deputados federais, 18 votaram a favor da candidatura de Arthur Lira à presidência da Câmara.

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Publicado em 09/12/2020 às 22:11
HUMBERTO PRADERA/DIVULGAÇÃO
Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB - FOTO: HUMBERTO PRADERA/DIVULGAÇÃO
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Mesmo sem ter fechado questão sobre o apoio à candidatura do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara dos Deputados, o PSB aprovou, nesta quarta-feira (9), um indicativo que reforça que o partido poderá caminhar com o parlamentar. Durante a reunião da bancada federal, dos 31 deputados socialistas, 18 votaram a favor do nome de Lira para suceder o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - cinco afirmaram que vão aguardar a definição de quem será o candidato indicado pelo democrata e seis preferiram não se manifestar sobre o apoio. 

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O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, comentou o resultado e esclareceu que o fato do deputado federal alagoano estar sendo colocado como o "candidato do Palácio do Planalto", não seria um impeditivo para apoiá-lo. "Com esse score (18 votos), a probabilidade de apoio a Lira aumenta bastante. Essa questão da mesa não envolve ideologia, governo ou oposição. Veja os outros candidatos colocados. Agnaldo (Ribeiro), por exemplo, é líder da maioria. Maioria de quem? Do governo Bolsonaro. Então essas escolhas dependem de espaços na mesa, nas comissões, relatoria de projetos. Normalmente converso com deputados, mas deixo que eles resolvam. Não tem uma candidatura do campo progressista nesta eleição à presidência da Câmara", afirmou Siqueira,  na reportagem do O Globo. 

Nomes como os dos deputados federais Luciano Bivar (PSL), Baleia Rossi (MDB-SP), Elma Nascimento (DEM), Marcelo Ramos (PL-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP), que podem receber apoio de Rodrigo Maia, também possuem posicionamentos que estariam alinhados com o governo Bolsonaro, avaliam alguns parlamentares. 

A decisão do PSB ocorre uma dia após o presidente Rodrigo Maia e o governador Paulo Câmara (PSB) terem se encontrado em Brasília. O que tem sido lido como um encontro natural, já que a corrida pela presidência deverá ganhar ritmo a partir de agora. Em setembro, Maia esteve com o chefe do Executivo em reunião com os secretários da Fazenda do Nordeste para tratar da reforma tributária. Acompanhado de Aguinaldo Ribeiro, eles estiveram momentos antes, no Palácio do Campo das Princesas, para falarem sobre a possível reeleição do democrata. 

No entanto, comenta-se nos bastidores que há uma certa insatisfação com o tratamento dado ao PSB nas comissões, desproporcional ao tamanho da bancada com 31 deputados federais. Outro ponto colocado neste debate é a ausência de uma candidatura do bloco de oposição - PSB, PT, PCdoB, Rede, PV, PDT e PSOL.

Conhecido pelos colegas de parlamento como um "cumpridor de compromissos", Arthur Lira garantiu que irá administrar a Câmara de forma "diferente" do que vem sendo feito por Rodrigo Maia. Ainda segundo a publicação do O Globo, ele prometeu que os líderes partidários vão ter "voz" sobre as pautas que devem ser levadas a plenário. "Também anuncio que as relatorias de projetos voltarão a respeitar a proporcionalidade partidária. Sempre cumpri acordos. Quem não cumpre, não gera confiança e simpatia", declarou.

O PSB encaminhou uma carta não só ao candidato do PP, mas a todos os postulantes à presidência da Câmara, elencando as pautas prioritárias, como a independência do legislativo com foco no fortalecimento do diálogo para propor uma agenda estratégica que possa responder aos desafios econômicos e sociais a partir de 2021. O fechamento da questão deverá ocorrer na próxima semana.

LANÇAMENTO

O lançamento da candidatura de Arthur Lira à presidência da Câmara, ocorreu nesta quarta-feira (9), e contou com a presença das lideranças do PSD PSD, Pros, Avante, Patriota, PL, SD e PSC. O deputado federal André de Paula (PSD), que foi líder do PSD até o início deste ano, classificou Arthur Lira (PP) como um político experiente, com bom trânsito entre os parlamentares e que sendo eleito presidente, deve preservar a autonomia da Casa.

“Os compromissos que Arthur Lira tem assumido, o que ele tem dito é no sentido de garantir a independência do parlamento, quem conhece ele sabe que ele é um político muito experiente, tem uma liderança muito forte. É pouco crível que uma pessoa como ele se submeta à Presidência da República, não é esse o perfil de Arthur. Ele sentando na cadeira de presidente será forte e não vai deixar a cama submergir aos interesses da Presidência”, afirmou.

André de Paula lembra que, em 2019, Arthur Lira chegou a se candidatar à Presidência, mas retirou o seu nome na reta final do pleito quando constatou que Maia já tinha um apoio consolidado, e construiu com ele um acordo para que o democrata o apoiasse na eleição seguinte, o que não deve ser concretizado agora. “Rodrigo simbolicamente lançou vários nomes, Baleia Rossi (MDB), Aguinaldo Ribeiro (PP), Luciano Bivar, o ex-líder do DEM, Elmar Nascimento. Quando você tem cinco candidatos você não tem candidato”, diz.

Ele relata dificuldades para alguns nomes, como é o caso de Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, no caso do nome mais forte para a presidência do Senado Federal serdo mesmo partido. Na Casa Alta, Fernando Bezerra Coelho (MDB), atual líder do governo, é ventilado como possível candidato. O entendimento é que o fato das duas casas serem presididas atualmente por dois parlamentares do DEM trata-se de uma exceção. O Aguinaldo Ribeiro, líder da minoria, também teria problemas na sua candidatura, segundo André de Paula, já que é do mesmo partido de Arthur Lira, que tem apoio do presidente nacional Ciro Nogueira.

Mas a presença de líderes partidários no ato de lançamento da candidatura de Arthur Lira nesta quarta-feira, não implica em uma adesão integral dos deputados filiados. Um dos fatores que podem influenciar nisso é o próprio voto secreto.

No caso do Solidariedade, está marcada uma reunião para a próxima terça-feira (14) em Brasília para tratar sobre a eleição da presidência da Casa Baixa, explica o deputado federal Augusto Coutinho (SD).

“Eu acho que ainda é uma coisa que precisa ser mais esquentada. Infelizmente, com essa pandemia, a votação remota, a gente fica distante do dia a dia do que está acontecendo. Eu acho que a gente precisa discutir, avaliar, é uma decisão importante que a gente vai tomar”, disse Coutinho, que também destacou a “relação de amizade” com Rodrigo Maia, ainda sem candidato definido.

Ele avalia que há outros nomes na disputa que não podem ser desprezados. “Eu acho Baleia um nome forte e um bom nome que circula bem na Câmara, conseguiu unificar um partido complicadíssimo, tem Marcos Pereira, que acho que é um bom nome, atual vice-presidente, tido na casa com bom trânsito e com muita respeitabilidade”, afirmou.

Até fevereiro, muitas articulações podem acontecer, projeta o deputado. “A gente precisa tirar uma temperatura. Acho que isso é um assunto que a gente tem tempo e eu sempre defendo o que eu aprendi Com Marco Maciel: Quem tem tempo não tem pressa” completou Coutinho.

 

DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
PEDIDO Arthur Lira disse ainda que não se pode politizar a vacina contra covid-19, que deve ser para todos - FOTO:DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

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