Investigação

Secretário de Paulo Câmara foi um dos alvos de operação da PF que apura desvios da covid, diz jornal

Renato Xavier Thiebaut ocupa cargo no governo do Estado desde o primeiro mandato de Paulo Câmara

Douglas Hacknen
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Publicado em 10/12/2020 às 20:15
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COVID-19 Investigação analisa desvio das verbas do comante à pandemia - FOTO: DIVULGAÇÃO/POLÍCIA FEDERAL
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O chefe do Gabinete de Projetos Estratégicos do governo de Pernambuco, Renato Xavier Thiebaut, foi um dos alvos da Operação Articulata, deflagrada nesta quinta-feira (10) pela Polícia Federal, para cumprir mandados de busca e apreensão relacionados a supostos desvios de dinheiro em contratos firmados no combate à pandemia do novo coronavírus. O nome do gestor foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo. Com status de secretário,  Thiebaut está no cargo desde o primeiro mandato do governador Paulo Câmara (PSB). 

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Oficialmente, a PF não confirmou o nome do gestor, mas informou que o servidor público alvo da operação é comissionado e tem prerrogativa de foro. Além disso, segundo a investigação, agia como articulador entre a empresa investigada e o órgão público.

"No decorrer da (primeira operação) Casa de Papel, existia um investigado que, a despeito dele ter tentado sabotar a investigação e apagar o conteúdo do celular, conseguimos recuperar boa parte do teor do aparelho, e identificamos um vínculo estranho entre essa pessoa e uma pessoa com prerrogativa de foro. Eles conversaram várias vezes na data da operação policial, marcaram reuniões dentro do órgão público, e isso atraiu a atenção dos investigadores", explicou a delegada federal Andrea Pinho.

Além de Thiebaut, outros dez investigados também foram alvos da Polícia federal nas cidades de Recife, Olinda, Camaragibe, Itapissuma e Ipojuca, na Região Metropolitana, além de Gravatá, no Agreste pernambucano.

Foram feitas buscas em sedes de empresas, endereços residenciais e em um órgão público. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5). Os locais e nomes das pessoas investigadas não foram divulgados pela PF.

A ação partiu da análise de materiais apreendidos na Operação Casa de Papel, que investigou irregularidades em contratos de licitação durante a pandemia da covid-19 em algumas prefeituras do Grande Recife. Na ocasião, a operação revelou possível participação de pessoa com prerrogativa de foro no esquema de corrupção, organização criminosa, favorecimento em licitações, entre outros crimes ali apurados.

O Governo de Pernambuco se pronunciou por meio de nota oficial. "Embora não tenha conhecimento de qualquer detalhe sobre a operação deflagrada nesta quinta-feira (10/12), pela Polícia Federal, o Governo de Pernambuco afirma a disposição de prestar os esclarecimentos necessários, como sempre tem feito, por todos os órgãos de controle e fiscalização."

Operação Casa de Papel

A operação Casa de Papel foi deflagrada no dia 16 de junho de 2020 pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF). A investigação apurou irregularidades na compra emergencial de materiais médicos, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Foram constatados indícios de que a empresa contratada pertence a um grupo econômico do setor gráfico, que estaria sendo beneficiado com contratos públicos milionários há mais de uma década.

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