João Campos disse que triplicação da BR-232 vai sair "de todo jeito"
Prefeito do Recife se reuniu na tarde desta quarta-feira (24) com o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes, em Brasília, para reivindicar verbas para obra
O prefeito do Recife, João Campos, confirmou que a obra de triplicação da BR-232, no trecho do Curado, na saída do Recife, vai ser feita com ou sem verbas federais. A afirmação foi feita ao repórter Romoaldo de Souza, da Rádio Jornal, logo após uma reunião do prefeito João Campos com o ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes, na tarde desta quarta-feira (24). O prefeito também demarcou que as obras devem começar no final deste ano. A BR-232 é o principal corredor viário de Pernambuco e é tida como a espinha dorsal da economia do Estado. Por ela passam diariamente 30 mil veículos. A movimentação sobe em torno de 40% durante os feriados, causando longos engarrafamentos, na saída e na entrada do Recife, iniciando na Avenida Abdias de Carvalho, no Bairro de San Martin, e indo até o Bairro do Curado, justamente o trecho que será triplicado.
O prefeito do Recife classificou como positiva a reunião com o ministro. “Essa obra foi um compromisso nosso do ano passado e hoje temos um grupo de trabalho formado em pareceria com o Governo do Estado. A gente está atualizando o projeto para licitar a obra e começar já no segundo semestre. No final deste ano começa a obra na BR 232”. João Campos afirmou que mostrou ao ministro a importância da obra para a capital e o Estado, mas não revelou se o governo federal acenou com liberação de verbas. “Essa obra vai custar entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões. Vamos fazer em parceria com o Governo do Estado e aqui discutimos também com o Ministério da Infraestrutura”, explicou João Campos.
PRAZO
Questionado pelo comunicador da Rádio Jornal, Ciro Bezerra, se a obra “vai realmente sair do papel”, João Campos afirmou que a prefeitura e o Estado já garantiram a participação. “Captamos com a bancada de Pernambuco, R$ 30 milhões em emendas para começar a obra este ano. E aqui [no Ministério da Infraestrutura] dissemos ao ministro que temos disponibilidade de diálogo para ver se o ministério vai ajudar do ponto de vista financeiro. Se o ministério entender que não é importante fazer essa participação, neste momento, a gente vai fazer com recursos próprios. A gente vai fazer de todo jeito, nem que seja com 100% dos recursos do município, essa obra vai sair”, assegurou Campos.
A triplicação dos acessos a capital pernambucana foi uma promessa de campanha do então candidato João Campos durante o segundo turno das eleições do ano passado, quando disputou o cargo com Marília Arraes (PT). Já na primeira semana como prefeito eleito, Campos assinou decreto tratando da desapropriação de áreas às margens da BR-232 para viabilizar a triplicação no trecho. No mesmo dia, 7 de janeiro deste ano, foi formalizado o grupo de trabalho responsável pelo projeto e execução da intervenção na rodovia. Fazem parte dele integrantes das secretarias estaduais de Infraestrutura e Recursos Hídricos e de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Governo do Estado, além de representantes das secretarias municipais de Infraestrutura e de Política Urbana e Licenciamento. O grupo tem como missão acompanhar os processos de desapropriação, regularização fundiária, licenciamento urbanístico e ambiental, e também buscar soluções em casos de interferências que causem impacto na área de influência da obra.
A triplicação da BR-232 compreende o acesso ao Recife, indo desde o Centro de Abastecimento (Ceasa) até o início da BR-408, em frente ao Atacado dos Presentes, no km 15. “Toda a área ali onde fica o Jardim Botânico, o Quartel dos Bombeiros, o Comando Militar do Nordeste será triplicado nas duas faixas, tanto a que vem do interior como a que sai do Recife”, explicou o prefeito. O trecho em questão é o que mais registra acidentes, envolvendo colisões e atropelamentos, em toda a BR-232, segundo a Polícia Rodoviária Federal em Pernambuco.
Em outubro do ano passado, o Governo do Estado anunciou a restauração do trecho duplicado da BR-232, entre o Recife e Caruaru, uma obra que deve levar até três anos para ser concluída e tem estimativa de custar outros R$ 100 milhões. A duplicação da BR-232, entre o Recife e a capital do Agreste custou R$ 400 milhões ao Estado, dinheiro vindo da venda da Celpe, e durou de 2002 a 2004, na gestão do então governador Jarbas Vasconcelos. Desde então a estrada nunca recebeu uma manutenção de grande porte, apenas reparos, além de estar envolvida em uma contenda jurídica entre o consórcio de construtoras que executou a obra e o Governo do Estado, que alega problemas estruturais na construção.