Paulo Câmara e governadores pedem ajuda a Biden para proteger meio ambiente

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) e outros 23 governadores estaduais  assinaram uma carta endereçada ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com objetivo de estabelecer "o desenvolvimento de parcerias, visando impulsionar o equilíbrio climático". De acordo com os gestores, a ideia é que o país norte-americano e os estados brasileiros consigam obter o "desenvolvimento de cadeias econômicas verdes, e o estímulo à adoção de tecnologias para reduzir as emissões de atividades econômicas tracionais nas Américas, e o esforço conjunto na construção de um modelo civilizatório mais saudável e resiliente a pandemias", apontam em um trecho do documento. A carta será enviada por ocasião da realização da Cúpula dos Líderes Climáticos, convocada pelo presidente Joe Biden, para o dia  22 de abril.

As ações conjuntas propostas pelos governadores foram construídas em cima de quatro eixos essenciais de cooperação: Descarbonização, Recuperação Florestal, Recursos Internacionais e Cultura Ecopolítica. O documento também traz referências para a regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris, com base em créditos de descarbonização e de carbono. A proposta é impulsionar um novo modelo de economia sustentável para reverter o aquecimento global e reduzir desigualdades.

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“O objetivo da carta é unir ideias, forças políticas e capacidades para catalisar a regeneração florestal, o equilíbrio climático, a redução de desigualdades e desenvolver cadeias econômicas de menos-carbono, agregando novas tecnologias, energias renováveis e bioindústrias locais, nos diversos biomas”, destaca Sérgio Xavier, coordenador da formulação da Carta e articulador do Governadores Pelo Clima, no Centro Brasil no Clima.

De acordo com o articulador político do CBC, “o Brasil é o titular do maior ativo econômico da Terra e do bem natural mais necessário no século XXI para reverter a mudança climática”, destaca Xavier. Além de Pernambuco, também confirmaram as assinaturas na carta os governadores dos estados do: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe, São Paulo e Tocantins. A expectativa do CBC é que governadores de todos os estados assinem. A Carta será entregue ao embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman.

A articulação do Centro Brasil no Clima considera que os governadores são “elos estratégicos” fundamentais para implementação de soluções práticas que possam integrar comunidades locais, novas tecnologias, investimentos, parcerias internacionais, conhecimentos científicos e políticas públicas inovadoras para reverter as mudanças climáticas. Os governos estaduais são as instâncias executivas que têm a responsabilidade de responder rapidamente aos efeitos crescentes das tragédias ambientais.

 “Os governos estaduais têm o papel de fazer acontecer resultados práticos, interligando os pilares sociais, ambientais e econômicos. O governador Paulo Câmara participa da articulação Governadores Pelo Clima desde 2019, quando lançamos o movimento com Alfredo Sirkis no Rio de Janeiro e em Recife. Paulo participou de vários eventos no Brasil e esteve em Nova York, na Semana do Clima, antes da pandemia, representando governadores do Nordeste e apresentando políticas ambientais inovadoras, como o Programa Fernando de Noronha Carbono Neutro. A ilha oceânica pernambucana tem a primeira lei com metas de eliminação de emissões de gases de efeito estufa e está implantando o primeiro laboratório de Economia Circular do Brasil”, destaca Sérgio Xavier, que foi secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco.

 O conteúdo da carta foi produzido pelo Centro Brasil no Clima com a colaboração de cientistas brasileiros, como Carlos Nobre e o engenheiro florestal e coordenador geral da iniciativa Map Biomas, Tasso Azevedo, além de profissionais de outras oito organizações do Brasil e dos Estados Unidos, entre elas, o Instituto Clima e Sociedade (iCS), Conselho Empresarial Brasileiro para Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), SOS Mata Atlântica, Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), Grupo de Economia do Meio Ambiente (GEMA), The Climate Group, Under2 Coalition e Instituto Talanoa.