Vereadora do Recife quer que ações de solidariedade sejam consideradas essenciais durante a pandemia
Se o texto for aprovado, a distribuição de alimentos, roupas e materiais de higiene realizada por grupos comunitários, entidades assistenciais e religiosas será incluída no rol de serviços essenciais
A distribuição de alimentos, roupas e materiais de higiene realizada por grupos comunitários, entidades assistenciais e religiosas pode ser considerada essencial durante períodos de pandemia, catástrofes, calamidades ou emergência pública no Recife. É o que prevê um projeto de lei da vereadora Professora Ana Lúcia (Republicanos), que inclui ações de solidariedade no rol de serviços essenciais.
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Na justificativa do projeto, a parlamentar afirmou que a proposta tem por finalidade garantir que grupos que desenvolvem tais ações possam continuar "levando o alimento e a esperança para aqueles que mais necessitam". "Muitas entidades e grupos de voluntários têm levado aos mais carentes apoio. Livram pessoas da fome e chegam onde o Poder Público, em muitos casos, não consegue atuar", argumentou a republicana.
Rede de solidariedade
Na busca por tentar ajudar as pessoas e conter o aumento da fome, instituições da sociedade civil têm se mobilizado para atender comunidades vulneráveis, em meio ao agravamento da crise sanitária, social e econômica da covid-19, fazendo com que ações solidárias se multipliquem pelo Brasil afora. Uma dessas organizações é o Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social (IJCPM).
Nesta terça-feira (20) inicia-se uma nova rodada de distribuição de cestas básicas pelo IJCPM de Compromisso Social. Desta vez, 3.392 unidades serão entregues para os jovens matriculados nos cursos de qualificação do grupo e para as instituições parceiras de atuação social. Deste total, 2.260 serão distribuídas nas comunidades do Pina e de Brasília Teimosa, e na Ilha de Deus, todos na Zona Sul do Recife.
Para realizar as doações, uma sondagem foi realizada pelo IJCPM, considerando os os impactos da pandemia na população da região. O cadastro dos inscritos no Fundo Social, programa criado pelo Instituto em 2020 para apoiar pequenos empreendedores informais impactados com a perda de mercado consumidor, também foi utilizado.
"Nosso trabalho sempre foi voltado à juventude, em ações de capacitação e profissionalização. Com o início da pandemia da covid-19, tivemos que redefinir nosso trabalho pra fazer um atendimento à população mais carente, que foi devastada com a pandemia. Nós não entregamos as cestas básicas de forma aleatória, entregamos para pessoas que nós sabemos que estão precisando, estão em vulnerabilidade e devidamente cadastradas", explicou a diretora do Instituto JCPM, Lúcia Pontes.
Ainda segundo ela, grande parte dos alimentos doados à população foram comprados em pequenos mercados locais, uma forma encontrada para apoiar também os comerciantes da região. Este é o segundo mês de doação de alimentos por parte da instituição em 2021. Em março, foram doadas outras 2.955 cestas. Considerando desde o início da pandemia, 43.215 famílias foram beneficiadas pela ação.
Diante de tantas pessoas com fome, um ano atrás, no penúltimo dia de março, a empresária Maria Eduarda Fernandes, 46, decidiu arregaçar as mangas e começou, sozinha, fazendo 20 marmitas por dia, em sua casa, para distribuir perto da sua casa, em Boa Viagem. Vendo a atitude dela, alguns vizinhos decidiram ajudar. A ação cresceu e hoje são 22 voluntários. O projeto Vizinhos Solidários já atendeu, em 12 meses, mais de 20 comunidades. Distribuiu mais de 70 mil marmitas e 10 mil cestas básicas em 72 pontos de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
"De segunda à sexta-feira entregamos, todos os dias, entre 150 e 200 refeições, sempre em um local diferente. Vai também suco, bolo e um kit de higiene pessoal para cada pessoa. Mapeamos algumas comunidades para entregar cestas básicas. Tudo com doações", conta Eduarda, dizendo perceber que, com o aumento da fome, mais pessoas têm ido às ruas pedir refeição. "De dois meses para cá a situação está gritante. Cresceu assustadoramente o número de pedintes nas ruas", atesta a empresária.
O Armazém do Campo, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), também vai intensificar as saídas do projeto Marmita Solidária justamente para atender um maior contingente de pessoas nas ruas. "Até a semana passada saíamos duas vezes, com 500 refeições para distribuir pelas ruas. A partir desta semana serão cinco vezes, ou seja, 2.500 refeições. Cada vez mais percebemos o aumento da miséria", lamenta o coordenador do espaço, Ramos Figueiredo.
Conheça iniciativas e saiba como ajudar:
IJCPM de Compromisso Social
Para entrar em contato com a instituição, acesse www.ijcpm.com.br/contato
Cúria Metropolitana
Av. Rui Barbosa, 409, Graças, Recife, todos os dias, de domingo a domingo, das 7h às 17h, além de paróquias das igrejas católicas
Associação Vizinhos Solidários
Rua Souto Filho, 118, Pina
Armazém do Campo
Rua Imperador Dom Pedro II, 387, Santo Antônio
Para doações em dinheiro: Associação da Juventude Camponesa Nordestina - Terra Livre - Banco do Brasil | AG 0697-1 | CC 58892-X (outros bancos, substituir o X por 0)
PX: 09.423.270.0001.80
A Fome Não Pode Esperar
As doações podem ser feitas por depósito bancário na conta: Diocese de Palmares - CNPJ: 10.193.944/0028-04 - Banco do Brasil | AG: 3924-1 | CC: 40.629-5
Central de Cidadania
As doações podem ser feitas pelo site www.centraldecidadania.org/doe-contato
Cores do Amanhã
As doações podem ser feitas por depósito bancário na conta: Movimento Social e Cultural - Cores do Amanhã - CNPJ: 13.449.687/0001-9 - Banco do Brasil | AG: 4118-1 | CC: 20.766-7
Enche Panela
As doações podem ser feitas via vakinha.com.br/vaquinha/enche-panela
Núcleo de Apoio à Criança com Câncer (NACC)
As doações podem ser feitas pelo site www.nacc.org.br/como-ajudar/doacoes/