VACINAÇÃO

Governadores do Norte e Nordeste discutem inclusão da Sputnik V no Plano Nacional de Imunização contra a covid-19

Houve uma reunião nesta terça-feira (20) com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga

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JC, Agência Brasil

Publicado em 20/04/2021 às 22:16 | Atualizado em 21/04/2021 às 0:20
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com informações do portal R7

Governadores do Norte e Nordeste se reuniram, na tarde desta terça-feira (20), com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para discutir um acordo sobre a inclusão da vacina russa contra o novo coronavírus Sputnik V, compradas pelos Estados do Nordeste, no Plano Nacional de Imunização (PNI). Foram adquiridas 37 milhões de doses. De acordo com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, os Estados serão ressarcidos pelo ministério pelas unidades compradas. 

"O projeto de imunização não é do Estado A, do Estado B. É para proteger o povo brasileiro, e os governadores do Nordeste tiveram essa sensibilidade", disse.

Na saída do encontro, o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT), afirmou que o ministro sinalizou interesse na vacina. "O ministro também mantém a posição que todas as vacinas sejam colocadas no PNI. Significa que, nos estados que têm contrato firmado, vamos encontrar uma solução jurídica. Falta posição da Anvisa sobre colocar as vacinas no PNI", comentou.

Dias disse, ainda, que, além das 37 milhões de doses, há a intenção de comprar outras unidades do imunizante. Segundo o governador, na próxima segunda-feira (26), haverá uma reunião com os secretários-executivos e com representantes da área jurídica do Ministério da Saúde.

"O objetivo é chegar ao entendimento de como será o modelo de pagamento da vacina. Vamos tratar de um convênio. Há uma outra decisão a ser tomada. Se cabe a cada estado monitorar, como será feito o monitoramento?", pontua.

Pelas redes sociais, Wellington Dias ressaltou que "é urgente que o nosso país acelere a campanha, sempre em busca de mais vacinas para os brasileiros".

Os governadores que integram o Consórcio Nordeste vêm cobrando da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) celeridade na aprovação do pedido de importação excepcional dos lotes da Sputnik V. No entanto, técnicos da agência estão na Rússia para inspecionar os laboratórios que produzem o imunizante.

Atualmente, há duas negociações em andamento com o Instituto Gamaleya, fabricante da vacina. Uma, do Ministério da Saúde para a compra de 10 milhões de doses. A outra é dos governadores, que prevê a compra de mais de 60 milhões de unidades.

Na Rússia, técnicos da Anvisa avaliam fabricação da Sputnik V

Duas equipes da Anvisa começaram, nessa segunda-feira (19), uma série de visitas às fábricas da vacina Sputnik V, na Rússia. Uma delas está na cidade de Vladimir, onde funciona a empresa JSC Generium, e a outra está em Ufa, na sede da UfaVita. Até sexta-feira (23), os técnicos inspecionam o cumprimento das Boas Práticas de Fabricação, como as produções da vacina e da matéria-prima, além do envase e da rotulagem.

E, também nessa segunda, o Instituto Gamaleya, que desenvolve a Sputnik V, e o Fundo Soberano Russo, que negocia a vacina com outros países, atualizaram os dados de eficácia. De acordo com uma pesquisa feita com os primeiros 3 milhões e 800 mil russos vacinados, a eficácia da vacina chegou a 97,6%. Foi o primeiro estudo em larga escala feito sobre a Sputnik V, de dezembro do ano passado até março deste ano. Não ocorreu nenhum registro de alergia ou reação grave à vacina e, quem contraiu covid-19 depois das duas doses, não morreu, nem precisou ser internado.

Em um estudo com pouco mais de duas mil pessoas, feito de setembro a novembro do ano passado e publicado pela revista The Lancet, a vacina tinha 91,6% de eficácia. Naquela época, também não houve necessidade de internar os vacinados que pegaram covid-19 e ninguém morreu por causa da doença.

A Sputnik V é ministrada em duas doses, com intervalo de três semanas e pode ser conservada em refrigeradores mais simples, com temperaturas de 2 a 8 graus positivos. É uma vacina que usa a técnica chamada de adenovírus recombinante, que usa vírus que não se multiplicam, mas fazem as defesas do nosso corpo pensarem que é o coronavírus. Daí, são produzidos anticorpos para termos resposta mais rápida se formos infectados. É a mesma técnica da vacina de Oxford e AstraZeneca, que a gente já usa no Brasil, por meio da Fiocruz.

De acordo com o Fundo Soberano Russo, a Sputnik V já tem uso autorizado em 60 países, como Argentina, México, Venezuela, Bolívia, Egito, Angola, Índia e Filipinas, além da própria Rússia, onde outras duas vacinas desenvolvidas no país também estão em uso.

 

 

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