VACINA

Governadores do Nordeste mostram insatisfação após reunião com a Anvisa e cobram celeridade na liberação da Sputnik V

O Consórcio Nordeste, que assinou contrato para adquirir 37 milhões de doses do imunizante russo, cobra celeridade na aprovação do pedido de importação excepcional dos lotes

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JC, Agência Brasil

Publicado em 06/04/2021 às 22:55 | Atualizado em 07/04/2021 às 3:57
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Governadores que integram o Consórcio Nordeste saíram insatisfeitos de uma reunião de mais de três horas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta terça-feira (6), para tratar da vacina russa contra a covid-19 Sputnik V. O grupo, que assinou contrato para adquirir 37 milhões de doses do imunizante, cobra celeridade na aprovação do pedido de importação excepcional dos lotes.

Em publicação nas redes sociais, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), pontuou que o governo federal precisa compreender a urgência da solicitação e trabalhar "em favor da vida dos brasileiros".

"Não tivemos uma resposta objetiva sobre nossa demanda, mesmo com a legislação brasileira determinando que um imunizante já aprovado por uma agência internacional deve ser avaliado em sete dias pela Anvisa. Temos um contrato assinado com o governo russo para adquirir 4 milhões de doses da Sputnik V e cada minuto conta nessa luta", relatou o governador do Estado.

A conclusão do contrato está condicionada à autorização por parte da autoridade sanitária local, a Anvisa. A agência reguladora informou que fará uma visita à Rússia para avaliar as condições de fabricação da Sputnik V. Contudo, os governadores requereram que essa visita não seja uma condição para a permissão excepcional. Semana passada, a Anvisa negou a Certificação de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos ao laboratório indiano Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin, usada contra a covid-19, depois de visita de inspeção, como a que será feita à fabricante russa.

De acordo com o presidente do consórcio, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), a equipe da Anvisa fez uma apresentação técnica, mas houve uma polêmica sobre o pedido de aprovação excepcional do uso do imunizante russo que seria importado pelos governos estaduais.

"A decisão da Anvisa é que pode garantir que tenhamos mais vacinas em abril. A intenção é ter 37 milhões de doses compradas pelos estados e mais 10 milhões adquiridas pelo governo federal. Temos 4 mil pessoas que morreram nas últimas 24 horas. Tirar essas vacinas seria um desastre para o Brasil", disse Dias, após o encontro.

Conforme o governador do Piauí, a legislação brasileira prevê a validação da autorização excepcional quando um imunizante tiver recebido o aval de autoridade sanitária de uma série de países.

 

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), subiu o tom, dizendo que, se for preciso, os governadores vão ao Supremo Tribunal Federal (STF) em busca da liberação da importação da vacina. "O que presenciamos foi burocracia, falta de sensibilidade e uma agência captura por ideologia e sem preocupação com a vida humana. Se for preciso vamos todos os estados junto ao STF”, disse.

Uma segunda reunião para esta quarta-feira (7) para solucionar pendências técnicas. A solicitação de importação feita pelos governadores é diferente do pedido de autorização emergencial de uso feita pela União Química, que está com prazos suspensos na agência.

Além dos governadores do Nordeste, participaram também os gestores estaduais do Acre, Amapá, Rondônia, Mato Grosso e Pará, que também tentam adquirir o imunizante.

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