Para presidente do PT-PE, reeleição de Marília Arraes e Carlos Veras vai ajudar a ampliar bancada do partido
Prioridade do PT de Pernambuco para 2022 é ampliar bancada federal e estadual, mas o partido considera a possibilidade de voltar a se aliar ao PSB na eleição majoritária
Atualizada no dia 26/04/2021 às 15h06
Ao analisar as estratégias do PT para as eleições de 2022, o presidente do PT de Pernambuco, deputado estadual Doriel Barros, considerou que a reeleição dos atuais deputados federais Marília Arraes (PT) e Carlos Veras (PT) irá fortalecer o pleito de ampliar a bancada pernambucana petista na Câmara dos Deputados, principal objetivo do partido.
"A gente imagina que esses deputados que já têm mandato com certeza tem uma base importante no partido e deverão, sendo candidatos à reeleição, garantir as suas reeleições e ao mesmo tempo contribuir também para que a gente possa ampliar a bancada. Essa é a expectativa que a gente tem, além de trazer também quadros importantes para somar nessa quantidade de votos que a gente vai precisar para ampliar a nossa bancada federal", disse.
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Essa será a primeira eleição para deputado federal e estadual sem o mecanismo das coligações partidárias. As coligações são alianças formadas entre os partidos que, dentro do sistema de eleição proporcional, representam uma unidade. O número total de votos da coligação era proporcional ao número de vagas que ela obtinha, e eram eleitos para essas vagas os candidatos mais votados da coligação.
Mas mesmo antes do fim das coligações, o PT já havia lançado uma chapa chamada "puro sangue" nas eleições de 2018, com apenas candidatos do partido. "Para o PT aqui de Pernambuco não é uma novidade, porque a gente já vivenciou isso na última eleição. Nós realmente vamos dar início a essa construção com os nomes que vão compor essa chapa proporcional", afirmou Doriel.
Em 2018, foram 17 candidatos, e dois deles eleitos. Marília Arraes teve 193.108 votos e Carlos Veras, 72.005. "Marília é um quadro importante do PT, foi a mais votada, teve o companheiro Carlos Veras também, que teve uma importante votação", disse o presidente do PT-PE.
Com relação à eleição majoritária, a situação é diferente. Na última terça-feira (20) o Diretório Estadual divulgou uma nota reafirmando que a estratégia do PT no estado será tomada em consonância com o Diretório Nacional e que o partido avalia a possibilidade de formar alianças, sobretudo com a Frente Popular, grupo capitaneado pelo PSB, que deixou de integrar em 2020 quando Marília Arraes foi candidata à prefeita do Recife.
Outras possibilidades são indicação de nomes para eventuais composições majoritárias ou a apresentação de candidatura ao governo do Estado. Em 2018 Marília Arraes tentou concorrer ao Governo de Pernambuco, mas teve a sua candidatura rifada em prol de uma aliança justamente entre o PT e o PSB. O senador Humberto Costa (PT) foi reeleito na chapa do governador Paulo Câmara (PSB).
"Esse ano é o ano de construção das chapas proporcionais. Quanto a majoritária, até mesmo o presidente Lula não está colocando que já é candidato, até porque ele só vai discutir a partir do próximo ano, porque a gente está vivendo em uma pandemia, em respeito inclusive a esse momento. Da mesma forma que o PT aqui em Pernambuco, a gente não tem definição nenhuma em relação à majoritária", apontou Doriel.
Reuniões
Doriel teve reunião nesta sexta-feira (23) com o Grupo de Trabalho formado para discutir sobre as eleições de 2022. Cabe a eles identificar os nomes que podem concorrer ao pleito pelo PT, tanto para o cargo de deputado federal como para estadual, onde o partido tem três representantes: o próprio Doriel Barros, Teresa Leitão (PT) e Dulci Amorim (PT). Estão no radar os nomes que se candidataram ao cargo de prefeito em 2020, vereadores e, segundo Doriel, até lideranças que possam se filiar ao partido.
Nesta mesma sexta (23), Marília Arraes participa de uma plenária proposta com o tema "Lula está Livre e Elegível. E agora?", para tratar sobre a eleição de 2020 e o papel do ex-presidente Lula nesse cenário, depois de ter se tornado elegível a partir da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular todas as condenações contra ele na Operação Lava Jato.
"A ideia dessa plenária é deixar claro para a população que é possível viver num país melhor como nos tempos do PT, nos tempos de Lula. É por isso que convidamos lideranças do nosso partido, de fora e de Pernambuco, para participar desse importante momento de debate em defesa da Democracia", afirma Marília.
Participam do evento uma série de lideranças nacionais e estaduais do partido, parlamentares e a militância, entre eles o vice-presidente do PT, José Guimarães, os deputados federais Benedita da Silva (PT-RJ), Alencar Braga (PT-SP), Reginaldo Lopes (PT-MG), a deputada estadual Teresa Leitão, os vereadores do Recife Liana Cirne e Jairo Britto, o vereador de Petrolina Gilmar Santos, a secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, os prefeitos Granito, João Bosco (PT), de Santa Cruz da Baixa Verde, Irlando Parabólicas e de Serra Talhada, Luciano Duque.
"Marília é uma grande companheira e amiga e chegou chegando na Câmara dos Deputados. Marília é uma liderança de Pernambuco, uma liderança do Recife, mas, acima de tudo, uma liderança nacional", afirmou Alencar Braga durante a plenária.