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'É de longe o melhor candidato', diz Marília Arraes sobre Lula após ex-presidente se tornar elegível

Sobre a possibilidade de Lula se candidatar à Presidência da República nas eleições de 2022, agora que está elegível, a petista defendeu que ele participe do pleito

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Luisa Farias

Publicado em 08/03/2021 às 19:51 | Atualizado em 08/03/2021 às 20:10
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A deputada federal Marília Arraes (PT) disse ser esperada a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin de atestar a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba de processar e julgar os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na prática, a decisão monocrática anula todas as condenações e denúncias contra o petista no âmbito da Operação Lava Jato, o que o torna elegível segundo a Lei da Ficha Limpa.

"É algo que a gente já esperava e que a gente denunciava já há muito tempo, que as condenações do presidente Lula existiram para deixar ele inelegível e não ganhar a eleição 2018. E tudo isso com a participação de Moro, que depois foi premiado com um ministério e terminou no que terminou a relação dele com Bolsonaro", afirmou Marília. 

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Moro foi o autor da primeira condenação contra Lula em julho de 2017, no caso do triplex do Guarujá. A uma sentença de nove anos e meio de prisão, mas quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmou a sentença em janeiro de 2018, aumentou a pena para 12 anos e um mês. Ele foi solto em novembro de 2019, após decisão do STF de proibir prisão após condenação em segunda instância. 

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Em novembro de 2018, Moro aceitou o convite do então presidente eleito Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o ministério da Justiça e Segurança Pública. Mas em abril de 2020, o ex-juiz anunciou demissão do cargo e o rompimento com o presidente, a quem acusou de interferir no comando da Polícia Federal.  

Para Marília Arraes, agora é esperar o posicionamento do pleno do STF, que pode referendar ou não  a decisão monocrática de Edson Fachin. "A tendência é que o STF confirme, porque está bastante provado que há suspeição nas decisões que foram tomadas", disse Marília. 

Marília foi candidata à prefeita do Recife nas eleições de 2020. Ela recebeu apoio do ex-presidente Lula, que gravou com ela vídeos para a sua campanha. Marília chegou a ir para o segundo turno, mas perdeu nas urnas para o prefeito João Campos (PSB). 

Sobre a possibilidade de Lula se candidatar à Presidência da República nas eleições de 2022, agora que está elegível, a petista defendeu que ele o faça. "Acho que é o melhor candidato que nós temos. Sem dúvida alguma é de longe o melhor candidato, que já mostrou o que fez o melhor para o país, o que tem melhor nível de conhecimento, de aprovação do eleitorado. Eu acho que ele podendo ser candidato, ele deve ser o nosso candidato", disse Marília. 

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Em fevereiro deste ano, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) anunciou que Lula havia pedido que ele colocasse o "bloco na rua", ou seja, começar a se apresentar como potencial candidato a presidente nas próximas eleições, caso o ex-presidente estivesse impedido de concorrer. Até então, Lula estava inelegível por ter sido condenado nas ações do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia.

Humberto Costa

Ao JC, Humberto Costa pôs em xeque a intenção de Edson Fachin em tomar a decisão em favor de Lula. "Estamos tentando entender qual é a jogada do Fachin. Tudo indica que ele atuou para salvar o pescoço de (Sérgio) Moro, porque ia ficar muito complicado a parcialidade dele, termina salvando um pedaço da Lava Jato. Agora a gente vai analisar o que está por trás", disse Humberto.

Ao anular as decisões contra Lula na Lava Jato, Fachin também declarou a "perda de objeto" de 14 processos - que tramitam no STF - questionando a parcialidade de Moro na condução das ações contra o ex-presidente. Moro foi o autor da primeira condenação contra Lula, no caso do triplex.

Caso Moro fosse considerado imparcial, a decisão afetaria os processos relacionados exclusivamente ao petista, mas abriria margem para questionamentos de outros processos, com a possibilidade de serem anulados também.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) também disse ter dúvidas quanto a decisão de Fachin. Ele declarou, inclusive, que Lula poderia merecer uma absolvição, ao contrário de Moro.

"Minha maior dúvida é se a decisão monocrática foi para absolver Lula ou Moro. Lula pode até merecer. Moro, jamais!", afirmou Lira no Twitter.

Já Marília Arraes discorda. "Na verdade, essa decisão eu não vejo porque seria absolvição de Moro, pelo contrário. Se Lula está sendo absolvido é porque Moro foi culpado", cravou a deputada. 

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