Aprovação de Bolsonaro cai para 24% e atinge pior marca desde o início do governo, aponta Datafolha
O percentual dos que consideram a gestão ótima ou boa era de 30% em março, quando foi feito o levantamento anterior
A aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) caiu seis pontos percentuais e agora está em 24%, segundo levantamento do instituto Datafolha. O índice é o pior desde o início do mandato em janeiro de 2019. A reprovação à gestão do capitão reformado aumentou um ponto. Assim, de acordo com a pesquisa, 45% consideram o governo ruim ou péssimo e 30% avaliam como regular. 1% não quis ou não soube opinar.
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A pesquisa ouviu 2.071 pessoas presencialmente nos dias 11 e 12 de maio em 146 municípios de todo o Brasil. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Desde dezembro, a popularidade do presidente vem derretendo. A fatia de ótimo ou bom, que no último mês de 2020 atingia o recorde de 37%, foi caindo gradualmente até chegar ao atual patamar de 24%, o que representa um recuo de 13 pontos percentuais.
Na mesma linha, o número de pessoas que consideram o governo ruim ou péssimo cresceu sucessivamente, saindo32% em dezembro até atingir os atuais 45%, uma elevação também de 13 pontos.
Com os resultados mais recentes, é a primeira vez na série histórica do Datafolha sobre a avaliação do governo, iniciada em abril de 2019, que o presidente amarga, ao mesmo tempo, o maior percentual de rejeição e o menor de aprovação.
Os números mostram também que, na comparação com outros presidentes eleitos desde 1989 e com tempo semelhante no cargo durante o primeiro mandato (2 anos e 5 meses), a rejeição de Bolsonaro só é inferior à de Fernando Collor de Mello (à época, no PRN).
Nordeste lidera rejeição a Bolsonaro
A pesquisa Datafolha mostra ainda que a avaliação da gestão Bolsonaro varia dentro de grupos específicos. A aprovação é mais elevada entre os homens (29% deles consideram o governo ótimo ou bom) do que entre as mulheres (entre elas, a porcentagem cai para 21%). No recorte regional, o Nordeste (51%) e Sudeste (47%) dão ao governo Bolsonaro os maiores índices de ruim ou péssimo, enquanto os maiores percentuais de ótimo ou bom se apresentam nas regiões Centro-Oeste/Norte (31%) e Sul (29%).
Há ainda uma tendência de maior reconhecimento positivo à gestão federal em municípios do interior do que em capitais e grandes cidades. Nas regiões metropolitanas, 50% acham o governo ruim ou péssimo, percentual que diminui para 41% nas cidades de porte menor.
Quando a categorização dos entrevistados é feita por ocupação principal, a taxa de ruim e péssimo alcança 58% na classe dos funcionários públicos. Os grupos que sinalizam maior rejeição, na sequência dos servidores públicos, são: estudantes (57%), desempregados que procuram emprego (53%) e assalariados sem registro em carteira (50%). Entre empresários, por outro lado, a porcentagem de reprovação desce para 26%, o melhor resultado para a gestão.
Em relação à cor, é no grupo dos que se declaram pretos que o governo enfrenta a maior reprovação, com 53% de ruim ou péssimo. Já os brancos dão à gestão de Bolsonaro o maior percentual de ótimo ou bom (27%), taxa próxima à que ocorre entre os pardos (24%). Entre os pretos, são 18%.
A comparação religiosa também expõe discrepâncias. Na parcela dos evangélicos, que historicamente dá sustentação ao presidente, a aprovação bate os 33%. O índice cai para 23% entre católicos e 15% entre espíritas/kardecistas. Esse terceiro grupo é também o que mais exibe rejeição (69% de ruim ou péssimo).
Lula vence Bolsonaro
A nova rodada do Datafolha mostrou ainda que a tentativa de reeleição de Bolsonaro, em 2022, não será nada fácil. Segundo o instituto, 54% dizem que não votariam nele de jeito nenhum, e o ex-presidente Lula (PT), seu principal adversário, lidera a corrida para a Presidência da República. De acordo com o levantamento, o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, aparece como segundo colocado, com 23%, contra 41% do petista.
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Brigam pelo protagonismo na 'terceira via' o ex-juiz Sergio Moro (sem partido), com 7%, e o pedetista Ciro Gomes, com 6%. Embolados, estão o apresentador Luciano Huck (sem partido), com 4%, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que obtém 3%, e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o empresário João Amoêdo (Novo), empatados com 2%.
Dos entrevistados, 9% disseram que pretendem votar em branco, nulo, ou em nenhum dos candidatos, e 4% seguem indecisos. O levantamento foi realizado com 2.071 pessoas, de forma presencial, em 146 municípios, nos dias 11 e 12 de maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Segundo turno
Em um eventual cenário de segundo turno contra Bolsonaro, Lula ganharia de 55% a 32%. O ex-presidente receberia a maioria dos votos dados a Doria, Ciro e Huck, enquanto o atual mandatário herdaria a maior fatia dos que optam por Moro. O petista também venceria, com vantagem menor, o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (53% a 33%).
Bolsonaro empataria tecnicamente com Doria, marcando 39%, contra 40% do tucano. E perderia para Ciro, obtendo 36%, contra 48% para o pedetista.
Com informações da Folha de S.Paulo.