Anderson, Raquel e Miguel não estão dispostos a disputar como vice ou senador, diz André Ferreira
Segundo o deputado federal, caso não sejam escolhidos como cabeças de chapa, os prefeitos dariam prioridade à conclusão dos seus atuais mandatos
Presidente do PSC-PE, o deputado federal André Ferreira afirmou, nesta sexta-feira (2), não acreditar que nenhum dos pré-candidatos a governador da oposição - todos prefeitos - irá deixar o atual mandato para concorrer a um cargo que não seja o de chefe do Executivo estadual. A declaração do parlamentar foi dada durante entrevista à Rádio Clube.
Hoje, o grupo de centro-direita que faz oposição ao governo Paulo Câmara (PSB) aposta em três nomes para a disputa do próximo ano: o da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB); o do prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL); e o do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB). Nos bastidores comenta-se que, caso Anderson ou Raquel não sejam os escolhidos para a cabeça de chapa, eles poderiam ocupar a vaga de vice ou senador na majoritária. O nome de Miguel não é mencionado nessa configuração porque ele tem 30 anos e a legislação atual só permite a entrada no Senado de pessoas com mais de 35. Além disso, atualmente o MDB está na base de apoio do PSB, e caso não lance um candidato deve manter-se na Frente Popular.
"A chapa dos sonhos seria os três (Raquel, Anderson e Miguel) na majoritária, eu gostaria muito que isso acontecesse, mas eu acho isso improvável porque por enquanto eu não vejo ninguém com a disposição de deixar o mandato para disputar como vice ou senador. Mas uma chapa com os três melhores prefeitos de Pernambuco seria muito competitiva", declarou o deputado, ressaltando que está focado em renovar o seu mandato na Câmara Federal e, por isso, também não estaria interessando em ocupar algum desses espaços.
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Na entrevista, feita via videoconferência, André Ferreira voltou a defender que o coletivo tenha apenas um candidato no próximo pleito, muito embora ele acredite que os demais grupos de oposição ao PSB no Estado devem ter seus próprios candidatos. "Existe uma conversa entre os três (prefeitos pré-candidatos) para que a gente saia com uma candidatura só desse campo político. Mas eu acredito que possa haver outras candidaturas de oposição, tanto à direita quanto à esquerda. O Coronel Meira (PTB), por exemplo, está se colocando como pré-candidato. Hoje a oposição está unida, somos seis partidos e vamos sair unidos, seja com Anderson, Raquel ou Miguel", pontuou.
A respeito dos convites que o também deputado federal Ricardo Teobaldo, presidente estadual do Podemos, tem feito para que deputados estaduais do PSC migrem para o seu partido, André Ferreira disse que não chegou a conversar com os correligionários sobre o tema, mas que até o prazo da janela partidária, abril de 2022, ainda há bastante tempo para esse diálogo. Há alguns meses, Teobaldo afirmou que convidou os deputados estaduais Clarissa Tércio e Wanderson Florêncio para filiarem-se ao Podemos. Wanderson aceitou o convite mas ainda não oficializou a mudança partidária.
"Eu tenho ficado bastante aqui em Brasília, não conversei com a deputada Clarissa nem com Wanderson Florêncio, nós temos conversado muito pouco nesse momento. São amigos que construí na política, Clarissa foi uma pessoa que a gente colocou na política, nós a convidamos para ser candidata a deputada estadual há quatro anos e Wanderson foi vereador e a gente também deu a oportunidade para ele disputar tanto como vereador quanto para deputado estadual. Mas como existe muita movimentação, vamos esperar. Nós temos até abril do ano que vem para decidir isso e até lá muita coisa pode acontecer", declarou André.
CPI DA COVID
Vice-líder do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara, o deputado evitou criticar o líder do governo, Ricardo Barros (PP), suspeito de envolvimento no escândalo de corrupção revelado pela CPI da Covid que envolve a suposta compra superfaturada da vacina Covaxin. Apesar disso, André Ferreira afirmou que, caso sejam comprovadas ilicitudes cometidas por Barros, ele deve deixar a liderança do governo.
"É muito difícil ter uma opinião sobre isso no momento porque a gente não sabe até onde isso é verdade,a gente não conhece a veracidade dos fatos e não podemos condenar ninguém sem ouvi-lo, por conta de uma gravação que disseram que existia mas que não foi apresentada. Se ele estiver errado, tem que sair (da liderança do governo). Mas não podemos pré-julgar ninguém por enquanto", cravou.