Em almoço com Paulo e João, Lupi tenta convencer PSB a apoiar Ciro em 2022
Nas eleições de 2018, o candidato à presidência da República, Ciro Gomes, viu o apoio do PSB nacional migrar para o PT, em troca de uma aliança com o ex-presidente Lula em Pernambuco, na busca pela reeleição do governador Paulo Câmara
Matéria atualizada às 18h29
O governador Paulo Câmara (PSB) recebeu nesta quinta-feira (8), no Palácio do Campo das Princesas, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. O encontro também contou com a participação do prefeito do Recife João Campos (PSB), da vice-prefeita Isabella de Roldão e dos presidentes estadual e municipal do PDT, Wolney Queiroz e Fábio Fiorenzano. A pauta girou em torno do fortalecimento dos palanques para as eleições de 2022, envolvendo não só a conjuntura nacional como a local.
Em Pernambuco, o deputado federal Wolney Queiroz já deixou claro que não abrirá mão de construir um palanque para o ex-governador do Ceará e presidenciável Ciro Gomes - o que implica em não estar do mesmo lado que o Partido dos Trabalhadores. A visita do dirigente nacional é vista como uma forma dos pedetistas marcarem posição, já que o PSB tem se reaproximado do PT, que ao que tudo indica, terá o ex-presidente Lula como candidato à presidência e que também irá à mesa com os socialistas no fim deste mês.
“O encontro foi muito bom, em um clima amistoso, como sempre é. Não foi uma conversa definitiva, mas periódica, de manutenção. O governador sabe que somos necessariamente forçados a ter um palanque para Ciro Gomes no Estado. Não é ser contra o PT, não temos nenhum tipo de problema, mas é a necessidade de afirmação do nosso palanque”, explicou Wolney ao JC.
Por outro lado, Carlos Lupi reforça que não deverá ficar dependente da eventual decisão do PSB sobre quem irá apoiar em 2022. “A gente não pode ficar com quem não nos quer. Se o PSB não nos quer, nós temos que procurar nosso caminho”, afirmou o presidente nacional do PDT, em entrevista à CBN Caruaru, nessa quarta-feira (7).
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Para a vice-prefeita do Recife, o PDT seria o "único partido que tem uma proposta consistente e madura para o País". "A reunião entre as lideranças do PDT e do PSB nesta quinta-feira foi positiva, no sentido em que sabemos da necessidade de junção de forças para fazer os enfrentamentos de que o Brasil precisa. O PDT tem toda identificação com o PSB em âmbito local e nacional. Temos uma história longa em comum e estamos tratando de estabelecer esse diálogo para firmar o Projeto Nacional de Desenvolvimento", declarou a gestora, por nota.
Pela manhã, Lupi participou de uma reunião com dirigentes partidários da Região Metropolitana onde reforçou a necessidade de unidade em torno da postulação de Ciro Gomes, como alternativa viável para romper a polarização política existente no país. “Para isto precisamos conversar, dialogar com as pessoas e mostrar que o Brasil tem um caminho a seguir, saindo dos conflitos e construindo um grande pacto nacional”, declarou o líder pedetista.
Ele ressaltou a importância da formação de chapas proporcionais competitivas, para que os trabalhistas possam aumentar as bancadas federal e estadual. “Vamos trabalhar para consolidar boas candidaturas, de pessoas comprometidas com os ideais que o PDT defende, porque precisamos estar ainda mais fortes em 2022”, disse Lupi, que também cumpre agenda em Caruaru, no Agreste do Estado.
“Temos promovido muitos eventos online, trazendo representantes de todas as regiões do estado para as discussões. Temos movimentos sociais ativos e uma militância cada vez mais fortalecida”, afirmou Wolney. Nas eleições de 2020, após o racha interno diante da pré-candidatura do deputado federal Túlio Gadêlha à Prefeitura do Recife, e a intervenção da nacional com a indicação de Isabella de Roldão para a vaga de vice-prefeita na chapa do PSB, o partido não conseguiu eleger nenhum candidato a vereador pela Câmara Municipal do Recife.
MALAS PRONTAS
Em entrevista ao Blog de Jamildo, nesta terça-feira (6), o deputado federal Túlio Gadêlha confirmou que caminha para saída do PDT e criticou o comando do partido, que funciona como comissão provisória há 27 anos. “Estou de malas prontas, infelizmente a política é um ambiente de muita frustração, e estou frustrado com o partido, esperava a eleição de uma direção partidária, que a participação de movimento sindical, negros, da juventude, de mulheres fosse fortalecida dentro do partido, que o partido implantasse uma formação politica. Mas temos uma comissão provisória do PDT há 27 anos, uma contradição para um partido democrático", disse Túlio.
Com a iminente saída do PDT, Gadêlha conversa com PT, PV, Rede Sustentabilidade e PSOL para se filiar com vistas à disputa de 2022, quando Túlio tentará a reeleição para deputado federal. Inclusive, o parlamentar não esteve presente nas agendas realizadas pelo presidente nacional Carlos Lupi, em sua passagem por Pernambuco.