Bolsonaro chega a São Paulo após diagnóstico de obstrução intestinal
Bolsonaro foi levado de Brasília a São Paulo para realização de exames, cujos resultados indicarão se há necessidade de procedimento cirúrgico 'de emergência'
Atualizada às 20h52
Após diagnóstico de obstrução intestinal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a São Paulo às 18h54 desta quarta-feira (14), em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), no Aeroporto de Congonhas. Ele foi levado do Hospital das Forças Armadas, em Brasília, à capital paulista, onde está internado.
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Em São Paulo, de ambulância, Bolsonaro foi encaminhado ao Hospital Vila Nova Star, na Zona Sul, onde atende o médico Antônio Luiz Macedo, responsável por operar o presidente em 2018 após a facada de que foi vítima durante a campanha eleitoral. O presidente chegou à unidade de saúde às 19h38.
Uma nota divulgada à noite pela a equipe médica informa que o presidente permaneceria em intenso "tratamento clínico conservador", inicialmente sem a necessidade de cirurgia. O comunicado informou, ainda, que o presidente já havia feito "avaliações clínicas, laboratoriais e de imagem" na capital paulista.
Após a confirmação de que seria transferido para São Paulo, Bolsonaro publicou, nas redes sociais, que encara "mais um desafio", por causa da facada que levou de Adélio Bispo, em 2018, durante sua campanha eleitoral. Sem citar o nome do agressor, Bolsonaro voltou a politizar o ato que, segundo todas as investigações policiais, foram resultado de uma ação isolada
"Mais um desafio, consequência da tentativa de assassinato promovida por antigo filiado ao PSOL, braço esquerdo do PT, para impedir a vitória de milhões de brasileiros que queriam mudanças para o Brasil. Um atentado cruel não só contra mim, mas contra a nossa democracia", escreveu Bolsonaro.
Em seu perfil no Twitter, o presidente diz que, "por Deus foi nos dada uma nova oportunidade" para "enfim colocarmos o Brasil no caminho da prosperidade". Bolsonaro, que enfrenta os piores índices de popularidade nas pesquisas, menciona as mortes de vítimas da covid-19. "Mesmo com todas as adversidades, inclusive uma pandemia que levou muito de nossos irmãos no Brasil e no mundo, continuamos seguindo por este caminho."
O presidente pede "a cada um que está lendo essa mensagem que jamais desista das nossas cores, dos nossos valores". "Temos riquezas e um povo maravilhoso que nenhum país no mundo tem. Com honestidade, com honra e com Deus no coração é possível mudar a realidade do nosso Brasil. Assim seguirei! Que Deus nos abençoe e continue (sic) ilumando a nossa nação. Um forte abraço! Brasil acima de tudo; Deus acima de todos! Bandeira do Brasil."
Pelo Instagram, Bolsonaro publicou uma foto em que aparece na maca do Hospital das Forças Armadas, em Brasília. A imagem lembra as cenas de quando recebeu a facada, em 2018. Naquela ocasião, o crime sensibilizou grande parte do País e de seu eleitorado.
Desde a semana passada, o presidente vinha se queixando de uma crise de soluços. O incômodo ficou claro na live semanal da última quinta-feira, 8. Na ocasião, Bolsonaro chegou a pedir desculpas logo no início da transmissão. "Peço desculpas. Estou há uma semana com soluços, talvez eu não consiga me expressar adequadamente nesta live", explicou.
Bolsonaro passou por algumas cirurgias em decorrência da facada da qual foi vítima durante sua campanha eleitoral em 2018. A primeira foi feita ainda na Santa Casa de Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, logo após ser atingido por Adélio Bispo em ato de campanha em 6 de setembro de 2018. Depois, o então candidato foi transferido para o Hospital Albert Einstein e passou a ser acompanhado pelo cirurgião Antonio Luiz Macedo.
Segundo Bolsonaro afirmou em entrevista à rádio Guaíba, na quarta-feira, 7, a origem dos soluços teria sido causada por remédios tomados por ele após um implante dentário. "Estou com soluço há cinco dias. Fiz uma cirurgia para implante dentário no sábado. Talvez em função dos remédios que eu estou tomando, estou 24h por dia com soluço", disse.
Um dos primeiros registros do presidente durante crise de soluço foi feito no último dia 5, em agenda para assinatura da prorrogação do auxílio emergencial. Ao lado do presidente do Senado e dos ministros Luiz Ramos (Casa Civil) e Paulo Guedes (Economia), Bolsonaro engasga por causa da condição em vários momentos da fala.
Um dia após a live em que pediu desculpas pelos soluços, Bolsonaro voltou a ter dificuldade para discursar em Caxias do Sul, no dia 9 de julho, quando participou inauguração da 1ª Feira Brasileira do Grafeno. Nos primeiros dois minutos da fala, o presidente soluçou ao menos sete vezes. Por conta da dificuldade de fala apresentada por Bolsonaro, um copo com água foi servido ao chefe do Executivo durante o discurso, que durou cerca de 11 minutos.
Horas mais tarde, em um jantar com empresários num restaurante na cidade de Bento Gonçalves, Bolsonaro se sentiu mal e precisou abandonar o encontro.
Na última segunda-feira, 12, em conversa com apoiadores nas saída do Palácio do Alvorada, o presidente soluçou ao menos seis vezes apenas no primeiro minuto de fala sobre os protestos em Cuba.
Na noite desta terça, 13, novamente em conversa com apoiadores, Bolsonaro voltou a reclamar das contrações involuntárias no diafragma. O presidente chegou a dizer que estava "arrebentado" e "sem voz". "Pessoal, eu estou sem voz, pessoal. Se eu começar a falar muito, volta a crise de soluço. Já voltou o soluço".