ELEIÇÕES

Bolsonaro insinua que pode desistir da eleição de 2022 se não tiver voto impresso

Em conversa com apoiadores na frente do Palácio da Alvorada, Bolsonaro volta a afirmar que "eleição sem voto auditável, não é eleição, é fraude"

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JC

Publicado em 19/07/2021 às 15:28 | Atualizado em 19/07/2021 às 15:39
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O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), voltou a afirmar que há fraudes no atual sistema eleitoral brasileiro, apesar de não apresentar provas, sugerindo que poderá não disputar o próximo pleito caso o voto impresso auditável das urnas eletrônicas não seja implementado. Um dia após receber alta médica, Bolsonaro não teve compromissos oficiais em sua agenda, e conversou com apoiadores na frente do Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira (19). 

"Olha, eu entrego a faixa para qualquer um, se eu disputar eleição", declarou o presidente. "Agora, participar dessa eleição com essa urna eletrônica...", disse em seguida, colocando em xeque se irá disputar a reeleição. Segundo informações da TV Cultura, o presidente disse ainda que os votos das urnas eletrônicas serão auditados dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), "de forma secreta" e "pelas mesmas pessoas que liberaram o Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] e o tornaram elegível".

Entretanto, as novas declarações de Bolsonaro quebram o acordo que foi firmado com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, no dia 12 de julho. Em reunião, o magistrado pediu que o mandatário "respeitasse os limites da Constituição" e se comprometesse a moderar os ataques aos ministros do STF e TSE.

Nesta segunda, segundo informações da TV Cultura, Bolsonaro afirmou que o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, interferiu no Poder Legislativo para barrar o voto impresso no Congresso. “O Barroso foi para dentro do Parlamento fazer reunião com os congressistas. E acabou a reunião, o que vários líderes fizeram? Trocaram os parlamentares pra votar contra o parecer do deputado Filipe Barros [PSL-PR], relator do projeto”, disse.

Na última sexta (16), a sessão da comissão especial da Câmara dos Deputados sobre o voto impresso foi encerrada sem apreciar a proposta. O presidente do colegiado, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), encerrou a sessão com a justificativa de que foi um pedido do relator, Filipe Barros (PSL-PR), que cobrou mais tempo para fazer alterações em seu parecer. Ainda não há previsão para a retomada da sessão.

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