Alta de preços

Bolsonaro volta a dizer que preços da gasolina e do gás de cozinha estão baratos

Presidente afirmou ainda que a população deveria primeiro entender como o preço desses produtos é definido antes de pôr a culpa no governo federal

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Luisa Farias

Publicado em 25/08/2021 às 15:10 | Atualizado em 25/08/2021 às 15:31
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Em meio a inflação alta e aumento expressivo dos itens de consumo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a afirmar que considera que o gás de cozinha e a gasolina estão baratos. 

O presidente deu a declaração a seus apoiadores no cercado do Palácio da Alvorada. Ele afirmou ainda que a população deveria primeiro entender como o preço desses produtos é definido antes de pôr a culpa no governo federal. 

"A gasolina está barata, o gás de cozinha está barato. O pessoal tem que entender a composição do preço, senão acabam me culpando por tudo o que acontece no Brasil", disse Bolsonaro. 

O mais recente índice de Preços Ticket Log (IPTL) o preço médio do litro da gasolina ficou em R$ 6,068 na primeira quinzena de agosto, o que corresponde a um aumento de 1,03% em relação ao final de julho. Já o etanol subiu 1,45% no mesmo período, e chegou a um valor médio de R$ 5,115 por litro. 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que nos últimos 12 meses o preço da gasolina acumulou uma alta de 39,52%. 

ICMS

O presidente costuma atribuir ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) como o culpado por encarecer o preço dos combustíveis, que na avaliação dele, saem das refinarias da Petrobras com um preço muito inferior ao cobrado nas bombas dos postos. 

O ICMS é um imposto estadual, cujo valor arrecadado é uma das principais receitas dos governos, que incide também sob o combustível comercializado. Cada estado define uma alíquota diferente. Na última quinta-feira (19), o secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, rebateu os argumentos do presidente de que os governos estaduais são os culpados pelo alto preço do combustível. 

Ele lembrou que a alíquota do ICMS pernambucano está congelada desde 2016. "Se a carga tributária do Brasil é alta, temos uma proposta no Congresso, vote ela. Acabando ICMS, ISS, Pis/Cofins, criando uma única alíquota nacional", disse o secretário em entrevista à Rádio Jornal. 

Décio responsabilizou a política de preços adotada pela Petrobras pelo alta do combustível. "O problema de combustível no Brasil é a falta de concorrência. A Petrobras quinzenalmente estabelece um preço, dolarizou toda a sua produção, alinhou o preço praticado no País à variação do barril de petróleo internacional e à variação do câmbio, sabendo que 40% é importado e 60% é produzido. As multinacionais fazem composição, parte é dolarizado, parte não é, não entendo porque a Petrobras não faz isso", disse. 

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