Governo Bolsonaro

Lula, Ciro, Doria e Mandetta alertam para a necessidade de defesa da democracia

As manifestações dos presidenciáveis ocorreram antes mesmo de Bolsonaro discursar a apoiadores em Brasília e dar uma espécie de "ultimato" ao Supremo Tribunal Federal (STF) em tom golpista

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Estadão Conteúdo

Publicado em 07/09/2021 às 14:45
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Possíveis adversários do presidente da República, Jair Bolsonaro, nas eleições de 2022, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o governador paulista João Doria (PSDB) usaram as redes sociais neste 7 de Setembro para alertar sobre a necessidade de defesa da democracia e da liberdade diante do crescente clima de "nós contra eles", ameaça de golpe e flertes autoritários.
As manifestações dos presidenciáveis ocorreram antes mesmo de Bolsonaro discursar a apoiadores em Brasília e dar uma espécie de "ultimato" ao Supremo Tribunal Federal (STF) em tom golpista. Sem citar diretamente a quem se referia, o presidente disse que "ou o chefe desse Poder enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos". Ele afirmou que vai levar aos presidentes do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, a "foto" do povo nos atos em favor de seu governo.
Lula divulgou um vídeo no qual afirmou que o papel do presidente da República é manter acesa a confiança no presente e no futuro especialmente numa data festiva, como o Dia da Independência. "Mas, ao invés de anunciar soluções para o País, o que ele faz é chamar as pessoas para a confrontação, é convocar atos contra os Poderes e contra a democracia, que ele nunca respeitou. Ao invés de somar, estimula a divisão, o ódio e a violência. Definitivamente, não é isso que o Brasil espera de um presidente", disse Lula, que pediu atenção aos reais problemas da população, como o desemprego, a fome e o combate à pandemia.
Único "presidenciável oficial" até aqui, Ciro usou de estratégia semelhante, mas procurou destacar no vídeo que compartilhou o fato de vários setores da sociedade terem se manifestado na semana passada contra a escalada autoritária de Bolsonaro. "Aconteça o que acontecer nas ruas, a mensagem de liberdade deste 7 de Setembro já se firmou antes que amanhecesse o dia. Isso aconteceu quando nossas instituições começaram a reagir aos desvarios de um estúpido tiranete. Aconteceu quando expressivos setores do agro, da indústria e dos serviços começaram a alertar que não apoiam o rompimento da ordem democrática. Aconteceu quando vozes discretas, porém firmes, de dentro dos quartéis, mandaram claras mensagens para aqueles que trocaram a farda por falsas benesses. Quando mandaram dizer, a estes, que a maioria das Forças Armadas continua fiel à Constituição. E que não acompanhará nenhum desatino golpista."
Assim como o ex-presidente petista, Ciro ressaltou que o Brasil precisa de ações que tirem as pessoas da fila do emprego e da fome. "Lutar pela independência é lutar contra a miséria, a fome e o desemprego. E não levar 15 milhões ao desemprego, levar 19 milhões à fome e 119 milhões à subalimentação. Lutar pela independência é defender a liberdade e o alívio financeiro das famílias brasileiras. E não, levar 73% de nossas famílias aos grilhões do endividamento. Lutar pela independência é garantir um salário mínimo digno e uma cesta básica ao alcance de todos. Lutar pela independência é saber governar um País que ofereça boa saúde, boa educação e boa segurança. Que ofereça comida, água, luz, gasolina e gás bons e baratos. E jamais, mergulhar seu povo nas garras cruéis da escassez, da insegurança e da carestia", completou o ex-ministro e ex-governador.
Doria abordou a data em dois post distintos. O tucano destacou que o País vive seu pior momento desde a ditadura. " Precisamos de paz. Não há espaço para flertes autoritários. Democracia, liberdade e diálogo são alicerces da prosperidade e de um futuro melhor para o Brasil", disse o governador, que também alertou para o risco de "retrocessos".
Mandetta, que foi ministro da Saúde do governo Bolsonaro até o início do combate à pandemia no País - e deixou o cargo em março do ano passado justamente por discordâncias em relação à conduta adotada pelo presidente -, afirmou que o 7 de Setembro não pode ser o "nós contra eles". "Não podemos aceitar o Brasil ser dividido assim, por discursos de ódio. Temos problemas reais que precisam ser atacados", disse.
 

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