Presidente Jair Bolsonaro deve se filiar ao PL
O motivo da decisão está relacionado ao fato de que o PP, outro partido ao qual ele cogitava se filiar, já é aliado do presidente
Atualizada às 19h01
O presidente Jair Bolsonaro informou que está próximo de confirmar a sua filiação ao PL para concorrer à reeleição em 2022. "Está 99% fechado. A chance de dar errado é quase zero. Está tudo certo", afirmou Jair Bolsonaro à CNN.
O motivo da decisão está relacionado ao fato de que o PP, outro partido ao qual ele cogitava se filiar, já é aliado ao presidente, tendo como principal fiador o presidente nacional e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
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Tanto o PP como o Republicanos estavam também cortejando o ingresso de Bolsonaro. A ideia é que o PP indique o candidato a vice-presidente. Um nome possível seria o do próprio Ciro Nogueira.
Bolsonaro foi convidado pelo próprio presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. Em 25 de outubro, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota) agradeceu o convite de filiação e disse seguir aguardando a decisão de Jair "sobre nosso futuro partidário, que também pode passar pelo PP", disse. "Meu desejo é estarmos juntos, numa grande frente para continuar melhorando nosso país!", completou.
A filiação ao PL garantiria o apoio de mais um partido na coligação, e consequentemente mais recursos e tempo de TV, por exemplo. Além disso, o partido é cobiçado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e já integrou no passado a base aliada do petista. O movimento, portanto, evitaria uma debandada da sigla para a chapa do seu adversário.
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Pernambuco
O presidente estadual do partido é o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira. Ele é cotado para disputar a eleição majoritária em Pernambuco, mas ainda não está definido qual cargo irá disputar.
Em Pernambuco, o único deputado federal pelo PL é Fernando Rodolfo, que também é vice-presidente da sigla e aliado de Anderson. Já na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), há dois deputados estaduais pelo partido: Henrique Queiroz Filho e Rogério Leão, ambos com ligação com o ex-presidente do PL-PE, Sebastião Oliveira.
Anderson e a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), lideram o movimento "Levanta Pernambuco", que integra além do PL e o PSDB, também o Cidadania e o PSC. O PSC, por sua vez, é comandado pelo irmão de Anderson, o deputado federal André Ferreira (PSC). Circula nos bastidores que ele estaria se preparando para migrar para o PL.
Caso a ida de Bolsonaro para o PL se concretize, o arranjo pode influenciar nas alianças em Pernambuco, onde a sigla figura no campo de oposição. De acordo com a Folha de S. Paulo, outro motivo para a filiação de Bolsonaro seria a possibilidade ter maior influência nos comandos estaduais do partido, uma vez que lá o poder é mais descentralizado, ao contrário do PP.
No PL, há apenas comissões provisórias estaduais. O deputado federal Sebastião Oliveira perdeu o comando do partido no estado, que seu grupo detinha há muitos anos, no final de 2018. Anderson então foi nomeado presidente com a benção de Valdemar Costa Neto. Os Ferreira romperam em junho daquele ano com a Frente Popular, liderada pelo PSB do governador Paulo Câmara.
Quando trata sobre a eleição para governador em Pernambuco, Bolsonaro costuma citar o ministro do turismo, Gilson Machado. O presidente deve querer um candidato a governador o representando em 2022, mas ainda não se sabe qual será o rumo tomado pelo ministro ou a qual partido se filiaria.
Anderson, por sua vez, tem alinhamento com o governo Bolsonaro. Ele foi colega do presidente na época em que os dois eram deputados estaduais e já recebeu vários ministros bolsonaristas em Jaboatão. André Ferreira, inclusive, é vice-líder do governo na Câmara dos Deputados.
Mas ele pode enfrentar alguma resistência dentro do seu grupo, uma vez que ao menos o PSDB já tem como certo uma candidatura própria ao Planalto. Membros do grupo, como o deputado federal Daniel Coelho, figuram na oposição ao presidente em Brasília.
PP
Mesmo com um pepista na vice de Bolsonaro, o presidente do PP em Pernambuco, Eduardo da Fonte, reafirma que o arranjo não vai influenciar suas alianças no estado, muito por conta da autonomia dos diretórios estaduais, empossados por meio de eleição interna.
O PP permanece na Frente Popular e reivindica os anos de aliança e o peso político que tem - com o maior tempo de televisão da coligação e número de prefeito - para compor uma vaga na chapa majoritária em 2022.
"O partido é o único partido que acompanhou o PSB na frente popular nas candidaturas a governador desde 2006. Nós sempre estivemos ao lado do PSB. É importante que o partido tenha esse reconhecimento pela sua lealdade e pelo seu tamanho político hoje na Frente Popular", afirmou Eduardo da Fonte.