2022

'Se houver possibilidade, nós vamos continuar até o final do mandato', diz Paulo Câmara sobre futuro na política

Caso tivesse a intenção de concorrer a algum cargo nas próximas eleições, o socialista precisaria sair do governo até abril, prazo limite para desincompatibilização de agentes públicos que queiram participar do pleito

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Renata Monteiro

Publicado em 27/12/2021 às 16:44 | Atualizado em 27/12/2021 às 16:44
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Prestes a iniciar o último ano do seu segundo mandato na chefia do Executivo pernambucano, o governador Paulo Câmara (PSB) disse, nesta segunda-feira (27), que não deseja deixar o cargo antes de 31 de dezembro de 2022. Caso tivesse a intenção de concorrer a algum cargo nas próximas eleições, o socialista precisaria sair do governo até abril, prazo limite para desincompatibilização de agentes públicos que queiram participar do pleito.

“A gente sempre trabalhou com o horizonte de terminar o nosso mandato, temos essa delegação do povo pernambucano até 31 de dezembro de 2022 e estamos focados nisso. Temos agora uma sucessão a comandar, vamos aprofundar as discussões sobre isso e, se houver possibilidade, nós vamos continuar até o final, esse é o meu desejo, fechar os oito anos, pois foi para isso que a população nos elegeu”, declarou o governador, durante entrevista à rádio CBN Recife.

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Nos últimos meses, o nome de Paulo Câmara vinha sendo ventilado por aliados como uma possibilidade para ocupar a vaga do Senado na chapa da Frente Popular ou para participar da disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados. Em meio a uma guerra fratricida entre os partidos da coligação por espaços de destaque na eleição, a presença do governador na majoritária, inclusive, já foi citado como um fator pacificador no grupo.

Sobre a sucessão estadual, Paulo também afirmou que o ex-prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), hoje secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, seria um “nome natural” para encabeçar o processo, mas que seu desejo de não concorrer deve ser “respeitado”. “Geraldo, nosso companheiro, nosso amigo, fez um trabalho fundamental no Recife durante oito anos, foi prefeito, elegeu o seu sucessor, tem um trabalho reconhecido, é um nome natural para se apresentar para 2022 e teria o nosso apoio. Mas Geraldo tem dito reiteradamente que não será candidato, então a gente tem que respeitar a posição de cada um, como também espero, lá na frente, que respeitem a decisão que eu tomar com relação ao meu futuro político”, declarou.

Com Geraldo fora do jogo, discute-se hoje no PSB se o melhor seria lançar um candidato com perfil mais técnico ou alguém mais ligado à política como candidato a governador. Entre os nomes postos, ganham força o secretário da Casa Civil, José Neto, a secretária de Infraestrutura, Fernandha Batista, além dos deputados federais, Danilo Cabral, Tadeu Alencar e Felipe Carreras.

NACIONAL

A respeito do cenário eleitoral nacional, Paulo Câmara reitera o desejo que nutre por uma retomada da aliança entre PT e PSB e diz que esse sentimento é cada vez maior entre socialistas. “Eu defendo internamente a aliança com o Partido dos Trabalhadores para a candidatura do ex-presidente Lula, e hoje há um grupo majoritário que também defende esse encaminhamento”, revelou.

Ao falar sobre a possibilidade de formação de uma federação partidária do PSB com PT, PSOL e PCdoB, o governador, que também é vice-presidente nacional do PSB, afirmou que ainda não há nada decidido e disse que o tema será repisado pelos dirigentes dessas legendas, sobretudo no próximo mês de janeiro. “Hoje, a possibilidade maior é de apoiarmos a candidatura do ex-presidente Lula com uma série de partidos. A federação tem que se discutir, porque é necessário ter unidade entre os 27 estados, é uma coisa mais difícil e que dura quatro anos. É necessário discutir a federação para 2022, para 2024 e ter harmonia no mandato, as posições no congresso devem ser da federação, tudo isso é uma coisa nova e o mês de janeiro vai ser fundamental para se aprofundar isso”, explicou Paulo.

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