Câmara do Recife

Guarda Municipal do Recife armada? Frente Parlamentar da Câmara é formada para debater o tema

Na reunião de instalação ficou definida a data da primeira audiência pública da Frente Parlamentar, que será realizada no dia 20 de abril

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Mirella Araújo

Publicado em 22/03/2022 às 18:36 | Atualizado em 22/03/2022 às 22:01
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O armamento da Guarda Municipal do Recife será tema central de discussão de uma Frente Parlamentar instalada, nesta terça-feira (22), na Câmara Municipal de Vereadores. A proposição do vereador Fabiano Ferraz (Avante), que faz parte da categoria dos Guardas Municipais, tem como objetivo debater sobre a concessão do porte de arma para os agendes de segurança do Recife. 

O grupo será composto pelos pelo autor e co-autores da proposta, os vereadores  Dilson Batista (Avante), Waldomiro Amorim (SD) e Doduel Varela (União). Também integram a Frente Parlamentar, os vereadores Samuel Salazar (MDB), que é líder do Governo,  Dani Portela (PSOL), Almir Fernando (PCdoB), Marco Aurélio Filho (PRTB) e Osmar Ricardo (PT). Na reunião, foram escolhidos o presidente e vice da Frente Parlamentar, que serão Fabiano Ferraz e Marco Aurélio Filho, respectivamente.

 

De acordo com Fabiano Ferraz, é necessário levar condições e capacitações para a categoria. “Chegou o tempo de debater e discutir este tema, com responsabilidade e ouvindo sempre aqueles também que têm opiniões diferentes quanto à possibilidade do armamento. Sei da importância de capacitar, treinar e deixar o profissional da segurança municipal pronto para servir ao povo recifense, além de colaborar na diminuição dos índices de violência da cidade, que ainda são gritantes”, afirmou o parlamentar do Avante.

O vereador Marco Aurélio Filho, vice-presidente da Frente Parlamentar, pontuou que é necessário apresentar alternativas ao Poder Executivo sobre o tema. "Para mim é muito claro que é possível e que devemos armar a Guarda Municipal, a discussão deve ser permeada pelo debate de como e que forma isso deve ser feito. Precisamos ouvir todos os lados, precisamos discutir segurança pública, e não tem como discutir segurança pública sem falar do armamento da Guarda Municipal do Recife”, declarou o vereador. 

A vereadora Dani Portela (PSOL) é a única componente do colegiado declaradamente contrária ao armamento, mas afirmou que a criação do grupo é de grande importância para a cidade do Recife, pois “este é um tema que vai atravessar várias outras discussões que dizem interesse à cidade". 

"Decidi fazer parte desse espaço de discussão porque entendo que é preciso valorizar a Guarda Municipal, dando a essas servidoras e servidores melhores condições de trabalho, mas sem que isso passe necessariamente pela lógica armamentista. E é por isso que não tenho como não participar dos debates de algo tão importante e que vai impactar diretamente na realidade do povo negro e da periferia", afirmou a parlamentar.

Na reunião de instalação ficou definida a data da primeira audiência pública da Frente Parlamentar, que será realizada no dia 20 de abril, às 9h30, com convidados ainda a serem definidos. Essa discussão não é nova e esteve presente nos debates das campanhas eleitorais de 2020, defendidos principalmente por candidatos do campo da direita.

Na época, o prefeito João Campos não chegou a se colocar diretamente contra o armamento da aguarda, mas sempre ponderou que a medida não resolveria o problema de segurança da capital pernambucana.  "Não temos nenhuma pesquisa que mostre um efeito positivo do armamento da guarda, não temos nenhuma comprovação de resultado disso", afirmou Campos, durante a campanha. 

 


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