Alianças

Efeito Marília Arraes: entenda o que o PSB está fazendo para tentar evitar saída de aliados do seu palanque

O governador Paulo Câmara recebeu nesta, quinta-feira, lideranças do PT, PSD e Solidariedade para discutir o cenário eleitoral de Pernambuco

Mirella Araújo
Mirella Araújo
Publicado em 24/03/2022 às 18:38
RICARDO STUCKERT
Paulo Câmara e o pré-candidato ao governo de PE Danilo Cabral em encontro com Lula - FOTO: RICARDO STUCKERT
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Estratégia de isolamento. Desde que a deputada federal Marília Arraes se recusou a ser candidata a senadora pelo PT, na chapa encabeçada pelo pré-candidato a governador, o deputado federal Danilo Cabral (PSB), e com anúncio de filiação ao Solidariedade marcado para esta sexta-feira (24), os socialistas estão fazendo malabarismos para evitar debandadas de seu palanque.

O governador Paulo Câmara (PSB) recebeu, na manhã desta quinta-feira (24), representantes do PT de Pernambuco para avaliarem o cenário eleitoral do Estado. Agora à tarde, foi a vez do prefeito de Olinda, Professor Lupércio (Solidariedade), conversar com o chefe do Executivo estadual no Palácio do Campo das Princesas, para tratar de assuntos políticos.

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Com a saída do deputado federal Augusto Coutinho do partido Solidariedade, para se filiar ao Republicanos, há expectativa de que o gestor municipal possa fazer o mesmo percurso, até pela ligação que possui com Coutinho. “A saída de duas grandes lideranças do Solidariedade mostra o quanto Marília Arraes estará isolada”, pontuou uma fonte ligada ao PSB, sob reserva.

Quem também foi recebido para uma conversa com o gestor, foi o deputado federal André de Paula. Esse encontro, foi resultado da reunião que Paulo Câmara teve com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, nessa quarta-feira (23), onde foi reforçado que as discussões sobre o apoio do partido ao palanque socialista estão sendo encaminhadas. André teve seu nome cogitado nos últimos dias para formar um palanque majoritário com Marília Arraes.

“Foi uma boa conversa de atualização. O governador é o líder da Frente Popular, onde nos colocamos politicamente, e tem o nosso aval para construir a unidade da nossa aliança, definir e anunciar no momento que julgar adequado, seguimos confiantes na unidade e no êxito da Frente Popular”, afirmou André de Paula, ao JC.

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A agenda para amarrar as alianças continuam nos próximos dias e o governador Paulo Câmara deverá se reunir com o presidente estadual do MDB, o deputado federal Raul Henry, entre esta sexta-feira (25) e sábado (25). O líder emedebista, que também foi procurado por Marília, deverá reforçar o seu apoio integral à candidatura de Danilo Cabral e permanência na Frente Popular.

Há dois entendimentos importantes em discussão neste momento, o primeiro é sobre ter um partido do centro presente na chapa. Outro ponto é a presença de uma candidata mulher nessa formação. Com isso, a tendência de que os nomes escolhidos para o Senado, seja o deputado federal André de Paula e para a vice, a deputada estadual Teresa Leitão (PT) ganham mais força. A formação dessa chapa, inclusive, segundo fontes socialistas sob reserva, teria a simpatia de Danilo Cabral, desde o inicio das discussões.

Isolamento

A estratégia adotada pelo PSB é de que Marília Arraes possa ficar isolada. O reflexo impactou, inclusive, no tom adotado pelo PT em reivindicar a vaga do Senado. Neste caso, com o discurso de que é necessário ser feito “o que for melhor para Lula e para a eleição de Danilo Cabral”, os petistas não descartam mais compor a vice.

“A gente nunca colocou os espaços como questão de imposição, de que ou é assim ou estamos fora. Nem mesmo quando indicamos o senador Humberto Costa para o governo. É claro que não vamos avaliar o que é melhor somente para o PT, mas para o conjunto das forças que estão compondo a Frente Popular”, afirmou o presidente estadual do PT, Doriel Barros.

O dirigente petista esteve acompanhado da deputada estadual Teresa Leitão e do ex-presidente do PT Recife, Oscar Barreto.

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