Atualizada às 21h13
Pré-candidatos de oposição ao governo de Pernambuco se pronunciaram, nesta sexta-feira (1º), sobre a segurança pública em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, Região Metropolitana do Recife (RMR). Um dos destinos turísticos mais conhecidos e movimentados do Estado, a praia do Litoral do Sul vive um cenário de caos na segurança após a morte da menina Heloysa Gabrielly, de 6 anos, em decorrência de uma ação policial na comunidade das Salinas, nesta quarta-feira (30). Revoltada com a morte da menina, a população protestou e bloqueou os principais acessos do município durante todo o dia desta quinta-feira (31) - provocando um reforço de um efetivo de 250 policiais para o local.
Mirando a discussão da segurança pública, um campo em que Pernambuco ocupa o quarto lugar no número de mortes violentas no País, os principais nomes à candidatura ao governo estadual se posicionaram em relação ao ocorrido em Ipojuca.
O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), disse que se solidariza e citou fatores que influenciam para o índice de violência. "Hoje, nosso estado ocupa a liderança nacional no índice de pessoas desempregadas e isso reflete diretamente na segurança pública, que tem pecado pela falta de planejamento e inteligência nas ações de combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado. A sensação de insegurança nas ruas é latente. Esse caso ainda está sob investigação e nós vamos, sim, acompanhar de perto e cobrar respostas das autoridades responsáveis. Porto de Galinhas é um dos principais cartões-postais de Pernambuco e há dias vive em estado de sítio por causa da incompetência do governo de Paulo Câmara", apontou, em nota ao JC.
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A recém filiada ao Solidariedade, Marília Arraes também lamentou o fato de uma criança ter sido assassinada. "Há divergências sobre de onde partiram os disparos, já que, apesar de a polícia afirmar que houve troca de tiros, a comunidade afirma que somente a PM atirou. O fato é que uma criança foi morta. E quando uma mãe chora a sua dor, todas nós choramos juntas. Nosso projeto é que a violência seja combatida por todas as frentes, com um pacto de verdade, que garanta a paz em Pernambuco. O respeito e a segurança da coexistência entre as pessoas impõe uma nova atitude entre o Estado e a sociedade. Não vamos tolerar NENHUMA VIDA A MENOS", comentou a deputada federal.
Pré-candidata pelo PSDB, a ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra pontuou o fato de Pernambuco ser um dos estados mais violentos do País. "É lamentável a situação de calamidade da segurança pública em Pernambuco, o que mostra a total falta de comando do governo Paulo Câmara. O nosso estado hoje está entre os mais violentos do país. Caruaru, quando assumi a prefeitura, liderava os índices de violência e hoje é uma cidade modelo para todo o Nordeste. Aqui segurança pública foi prioridade da gestão, ao contrário do que vemos no estado. A população pernambucana precisa de respostas e resultados", frisou Lyra.
João Arnaldo, pré-candidato pelo PSOL, citou que a polícia deve agir de forma que proteja a população e "não o contrário". "Há três dias o balneário, um dos mais importantes pontos turísticos do Brasil, vive sob tensão e medo, enquanto a população protesta contra essa violência absurda, que resultou na morte de uma inocente. Há tempos o governo do Estado perdeu completamente a capacidade de resolver os problemas da comunidade, que já viveu o pleno emprego e hoje sofre com a completa ausência de políticas públicas essenciais. O que sobrou do poder público foi a truculência para reprimir e a violência para abordar", disse, em nota, cobrando do poder público estadual.
O pré-candidato pelo União Brasil, Miguel Coelho, pediu união das forças de segurança para uma rápida resposta e afirmou que o momento exige trabalho integrado sem politizações extremas. "A prefeita Célia Sales tem feito um esforço grande equipando e estruturando a Guarda Civil. Mas segurança é integração. É necessária uma resposta rápida e firme do Governo Estado. Temos que unir as forças de segurança e não politizar o momento. O foco deve ser restaurar a tranquilidade para a população, turistas e todos os segmentos econômicos da região que estão sofrendo com essa crise", disse Miguel, em nota.
Nome do atual governo para o posto, Danilo Cabral (PSB) também lamentou a morte da criança, pontuando que a situação na região é grave, mas que "não deve ser politizada". "Segurança pública, para ser efetiva, precisa do envolvimento de toda a sociedade, poderes, entidades, fortalecendo a cultura de paz e promovendo um conjunto de ações de prevenção e repressão à criminalidade. O governo do estado, além de reforçar as forças de segurança no Litoral Sul para restabelecer a paz, assegurou que o caso será apurado com o máximo rigor", afirmou Danilo Cabral, por meio de nota.
A resposta do governo
O governador Paulo Câmara se pronunciou, na noite desta quinta-feira (31), sobre a morte da criança em Porto de Galinhas. Em comunicado, afirmou acompanhar a situação. "Acompanhei durante todo o dia de hoje, ao lado do secretário de Defesa Social, Humberto Freire e do comandante da PM, coronel Roberto Santana, a situação em Porto de Galinhas e as investigações em torno da morte da menina Heloísa Gabrielle. Quero expressar minha solidariedade à família de Heloísa e assegurar que o caso será apurado com o máximo rigor. Estamos trabalhando de forma integrada com nossas forças operativas e ainda nesta noite de quinta-feira estamos reforçando o efetivo para restabelecer a tranquilidade no Litoral Sul", disse o governador.
Danilo pede "não politização"
Pré-candidato a governador de Pernambuco, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) lamentou a morte da menina Heloysa Gabrielly, de 6 anos, durante ação de policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca. O socialista disse que a situação na região é grave, mas que "não deve ser politizada".
"Segurança pública, para ser efetiva, precisa do envolvimento de toda a sociedade, poderes, entidades, fortalecendo a cultura de paz e promovendo um conjunto de ações de prevenção e repressão à criminalidade. O governo do estado, além de reforçar as forças de segurança no Litoral Sul para restabelecer a paz, assegurou que o caso será apurado com o máximo rigor", afirmou Danilo Cabral, por meio de nota, enviada nesta sexta-feira (1º), após ser questionado pela reportagem do JC a respeito deste caso.
Nestes últimos dias, de olho nos prazos eleitorais, o deputado federal tem participado ao lado do governador Paulo Câmara de diversos atos partidários ligados a filiação de pré-candidatos que vão disputar uma vaga na Câmara e na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Inclusive, mais de 24 horas após a morte de Heloysa, o chefe do Executivo estadual afirmou que passou a quinta-feira (31) acompanhando a situação de Porto de Galinhas e garantindo o reforço do efetivo policial para "restabelecer a tranquilidade no Litoral Sul".
Apesar da crise de segurança pública instaurada em Porto de Galinhas, onde o comércio amanheceu fechado e a população estava amedrontada com o conflito envolvendo facções criminosas, a agenda partidária do PSB com a presença do governador Paulo Câmara foi mantida nesta sexta-feira (1º).
Danilo Cabral destacou a conclusão do processo de filiações partidárias às legendas que integram a Frente Popular de Pernambuco, em um ato que marcou o ingresso de novos quadros no PSB. Entraram na legenda ontem o deputado estadual Guilherme Uchoa Júnior, sua irmã, Geovana Uchoa, e diversas lideranças femininas.
O evento foi realizado na sede do PSB, no Recife, com as presenças do chefe do Executivo, que é vice-presidente nacional do PSB, do presidente estadual da sigla, Sileno Guedes, entre outros atores políticos.
Pela manhã, Danilo Cabral esteve na filiação ao PCdoB do ex-reitor da Universidade de Pernambuco Pedro Falcão, pré-candidato a deputado estadual. Em seguida, ele também participou da filiação do ex-deputado federal e ex-prefeito de Igarassu Severino Ninho, na sede do MDB.
Confira na íntegra a nota do pré-candidato a governador de Pernambuco Danilo Cabral: "Lamento profundamente a morte de Heloysa Gabrielle e quero prestar solidariedade à toda sua família. Defendo a rigorosa apuração dos fatos e a punição dos responsáveis. O fato ocorrido em Porto de Galinhas é grave e não deve ser politizado. Segurança pública, para ser efetiva, precisa do envolvimento de toda a sociedade, poderes, entidades, fortalecendo a cultura de paz e promovendo um conjunto de ações de prevenção e repressão à criminalidade. O governo do estado, além de reforçar as forças de segurança no Litoral Sul para restabelecer a paz, assegurou que o caso será apurado com o máximo rigor."
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