Eleições 2022

Pecuarista que pediu doações para campanha de reeleição de Bolsonaro visitou o Planalto onze vezes

O pecuarista ascendeu como líder informal em um grupo de agronegócio bolsonarista e ganhou interlocução com nomes fortes da campanha

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Cássio Oliveira

Publicado em 17/05/2022 às 8:56
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O pecuarista Bruno Scheid esteve no Palácio do Planalto em 11 dias diferentes, entre setembro do ano passado e fevereiro deste ano, de acordo com reportagem de Felipe Frazão do Estadão.

Bruno Scheid é um dos líderes do grupo de representantes do agronegócio que tenta impulsionar a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, inclusive por meio de doações de dinheiro.

As visitas de Bruno Scheid ao Planalto contam em dados da própria Presidência da República. Em alguns desses dias, o pecuarista teve mais de um compromisso.

Reeleição

Bruno Scheid fez parte de um movimento que pediu, em fevereiro, dinheiro a pecuaristas dispostos a apoiar a reeleição do presidente. O grupo dizia falar em nome de Valdemar Costa Neto, presidente do partido de Bolsonaro, o PL.

A iniciativa não foi bem-recebida por ruralistas, que não gostaram de ver o político envolvido na arrecadação.

De acordo com o Estadão, os registros do Planalto fora obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e mostram que Scheid frequentou diferentes repartições no palácio.

Conforme ruralistas e pecuaristas consultados pela reportagem, ele tentava angariar apoios e contribuições em grupos de WhatsApp ligados ao setor, o que gerou protestos. Bruno Scheid nega.

Em março, Scheid foi prestigiado durante encontro de pecuaristas com Bolsonaro. Sentou-se ao lado do presidente e de ministros. O pecuarista discursou com destaque. A reunião, sem pauta específica, segundo o próprio Scheid informou ao Estadão, ocorreu fora da agenda oficial.

Participaram da audiência pecuaristas que se declararam dispostos a doar dinheiro para a futura campanha do presidente.

Planalto

Nos meses anteriores, Scheid circulou por várias áreas do Planalto. Passou pelas salas da Assessoria Especial, pelo Gabinete Adjunto de Agenda e pelo Gabinete Pessoal, todos no 3º andar, onde Bolsonaro despacha; pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), no 4º andar; e pela Secretaria Especial de Comunicação Social, no 2º andar.

Em um registro de rede social, Scheid postou foto ao lado do general Augusto Heleno, ministro do GSI. O órgão é o segundo destino mais frequente de Scheid, atrás apenas das dependências ligadas ao próprio Bolsonaro. O nome do pecuarista rondoniense aparece apenas três vezes nas agendas da Presidência.

Scheid se filiou ao PL e pretende disputar vaga na Câmara. Ele tem feito campanha aliado ao senador Marcos Rogério (PL-RO), pré-candidato ao governo de Rondônia.

Nas redes, Scheid também posta fotos com o senador Flávio Bolsonaro e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro. Em fevereiro, viajou com a comitiva no avião presidencial de Brasília a Porto Velho (RO). Procurado, o pecuarista não respondeu.

Recursos

Segundo especialistas em Direito Eleitoral, são comuns pedidos de recursos antes da oficialização da candidatura, desde que o postulante deixe acertado para que a contribuição seja efetivamente feita no período eleitoral.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite arrecadação coletiva, a partir de maio, por meio de sites de vaquinha. Os candidatos, no entanto, só recebem os recursos se a candidatura for confirmada.

Com informações do Estadão Conteúdo

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