O pré-candidato ao governo de Pernambuco pelo PSOL, João Arnaldo, disse em sabatina do portal UOL, realizada nesta sexta-feira (10), que mesmo defendendo a candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto, não há chance de voltar a se alinhar com o PSB pelo fato do partido ter dado “uma guinada à direita” e manter uma política de “oportunismo de lado”. Apesar de afirmar não negar apoios, mesmo que eles venham de adversários de direita, Arnaldo, que concorreu à vice na chapa de Marília Arraes à Prefeitura do Recife em 2020, criticou a ida da política ao Solidariedade, esclarecendo não haver priorização dos ideais da esquerda.
“O que nos faz não compor a candidatura do PSB, independente de apoiar Lula, é que são projetos completamente diferentes dos nossos. O que o PSB, desde o segundo governo de Eduardo Campos, foi guinada à direita sem precedentes, e não foi por outro motivo que tivemos candidatura de oposição, naquele momento compondo com o PT(concorrendo à prefeitura do Recife em 2020), e um campo de esquerda renovado”, defendeu João Arnaldo.
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Mesmo tendo sido candidato a vice-prefeito na chapa de Marília Arraes (Solidariedade) em 2020, João Arnaldo se mostrou insatisfeito com a saída de Marília do PT. “Uma coisa é a aliança para derrotar Bolsonaro, outra coisa é aliança com bolsonaristas para derrotar o PSB. Eu acho que o PP é bolsonarista, Avante é bolsonarista, e André de Paula votou assiduamente nos projetos apresentados por Bolsonaro”, disparou.
O pré-candidato explicou que poderia não concordar apenas pela ida (de Marília) ao Solidariedade por conta do contexto local, e a dificuldade que havia de relação dentro do PT, mas há maiores empecilhos.
“O que temos ouvido e visto é de que a construção é de uma aliança entre Solidariedade, que já fechou com PSD, agora tá anunciando seu vice que é o Sebastião Oliveira, sobrinho de Inocêncio Oliveira, político tradicional da direita pernambucana. O próprio Sebastião, inclusive, assim como o deputado André de Paula, votaram assiduamente a favor dos projetos de Bolsonaro e pelo Impeachment”. Ele continuou: “Quando ela constrói (com esses atores) está sinalizando que bandeiras à esquerda não são questões prioritárias em seu projeto”, em referência à Marília Arraes.
Arnaldo disse estar muito convencido de que vai haver surpresas nessa eleição, referindo-se à possibilidade de avanço da sua candidatura, sem responder sobre possíveis apoios no segundo turno, onde afirmou esperar estar.
“Temos que fazer Pernambuco virar república. Colocar as pessoas como prioridade, garantir que recursos públicos atendam a necessidade da população, dar voz e fazer a transformação que a gente precisa: deixar de ser o Estado com maior desigualdade social, e a região metropolitana com a população pobre mais pobre do País”, ponderou.
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