foz do iguaçu

Morte de petista: delegada afirma que não há provas de crime de ódio por motivo político

Camila Cecconello confirma que houve provocação e discussão por questões políticas, mas diz que não há provas de que esta tenha sido a razão do assassinato

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Ana Maria Miranda

Publicado em 15/07/2022 às 11:50 | Atualizado em 15/07/2022 às 23:30
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A delegada chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Cecconello, afirmou, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (15) que não há provas suficientes de que o policial penal federal Jorge Guaranho, bolsonarista, queria promover um crime de ódio contra Marcelo Arruda, tesoureiro do PT, pelo fato da vítima ser petista.

De acordo com a delegada, as investigações apontaram que Guaranho costumava fazer rondas na área da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, onde o crime aconteceu.

No entanto, pontuou que ele teria sido avisado por um colega - que costumava ver as imagens das câmeras de segurança do local de forma rotineira - sobre a festa temática de Marcelo Arruda antes de ir até lá no último domingo (10).

A polícia revelou que essa pessoa foi ouvida e prestou um depoimento comovido, informando que não tinha a intenção de causar problemas ao mostrar as imagens.

"Embora algumas testemunhas tenham dito que ele [Guaranho] foi até lá para fazer rondas, outros depoimentos nos levam a crer que ele foi lá com o intuito de provocar a vítima", explica a delegada.

De acordo com a investigação, quando Guaranho chegou à associação, houve provocação e uma discussão motivada por razões políticas. No entanto, a delegada afirmou que não há provas de que isto tenha sido a razão do assassinato.

"Quando ele volta, não há provas suficientes que ele queria promover um crime de ódio. O que nós temos é o depoimento da esposa, a quem ele alegou que iria voltar porque se sentiu humilhado por terem jogado pedras nele e na família", afirmou.

"Para você enquadrar num crime político, você tem alguns requisitos, como impedir a pessoa de exercer motivos políticos. É complicado dizer que ele queria impedir. Quando ele chegou no local, ele não tinha a intenção de efetuar os disparos, e sim de provocar. A escalada da discussão entre os dois é que teria motivado [o homicídio]", explica.

Os depoimentos apontam que ambos tinham ingerido bebida alcoólica; mas que Marcelo tinha bebido pouco, enquanto Guaranho estava com mais sinais de embriaguez.

A Polícia Civil do Paraná decidiu indiciar o policial penal Jorge José Guaranho por homicídio duplamente qualificado. As qualificadoras foram: por motivo torpe e por causar perigo comum.

Marcelo Arruda estava comemorando o aniversário de 50 anos em uma festa temática do Partido dos Trabalhadores. Antes de ser morto a tiros, atirou contra Guaranho. Na coletiva de imprensa, a polícia informou que ele continua internado, sedado e em estado grave, e que teria levado quatro tiros.

A corporação informou que abrirá nova investigação contra as pessoas que agrediram Guaranho após ele atirar contra Marcelo.

"Quando ele já havia sido alvejado, caiu ao solo e foi agredido fisicamente por três pessoas. Vamos analisar o nexo de causalidade de cada um e o resultado causado para tipificar a conduta de cada um dos investigados", disse Iane Cardoso, da Delegacia de Homicídios de Foz do Iguaçu.

 

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