Durante o ato público realizado no município de Serra Talhada, no Sertão do Pajeú, o ex-presidente Lula (PT) explicou para o público presente na Antiga Estação Ferroviária, o que teria levado à sua aliança com o ex-governador de São Paulo e antigo adversário político, Geraldo Alckmin (PSB).
O líder petista reconheceu que muitas pessoas estranham o fato de ter Alckmin - que já disputou a presidência da República contra o próprio Lula, em 2006, e com Fernando Haddad (PT), em 2018 - como seu pré-candidato a vice.
“Fui ler um livro de Paulo Freire e ele dizia que tem momentos na história, que a gente tem que juntar os divergentes para derrotar os antagônicos. E é isso que vocês tem que ver aqui no estado de Pernambuco”, afirmou Lula, já emendando com a situação no Estado em que tem mais de um pré-candidato apoiando o seu projeto majoritário.
“Eu não confundo minha relação de amizade, com minha relação política. Eu vim aqui a Serra Talhada, não para ser contra ninguém, mas para dizer a todos os companheiros que confiam em mim, que aqui em Pernambuco, eu tenho um candidato e o nome dele é Danilo Cabral”, declarou.
Essa mesma fala já tinha sido mencionada durante o ato realizado mais cedo, no município de Garanhuns, o que foi lido por aliados como um recado à pré-candidata a governadora Marília Arraes (Solidariedade). Além da parlamentar, quem também apoia publicamente o ex-presidente, é o pré-candidato a governador pelo PSOL, o advogado João Arnaldo.
“Nós temos um acordo com PSB e não é estadual, mas é um acordo nacional, porque nós precisamos derrotar esse fascista que está no governo para que possamos recuperar a democracia”, completa Lula, acompanhado neste momento do pré-candidato a governador Danilo Cabral.
Alckmin
O ex-governador Geraldo Alckmin havia discursado momentos antes do ex-presidente Lula. Ele iniciou sua fala parabenizando o público de Serra Talhada, afirmando que “não basta viver, é necessário conviver e participar”.
“Na democracia, quem manda é o povo. É ele quem tem a soberania e nós pedimos uma chance para servir, o que nós queremos é uma chance para servir ao povo”, disse o Alckmin, que em seguida mencionou o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), como “Bozo”.
“O Bozo não gosta do povo. O Bozo gosta do poder, gosta de armas, mas não confia no povo e é ruim de serviço. Daqui a pouco, depois das convenções, eleição é comparada e o presidente não merece um segundo mandato. Ele atenta à democracia, desmonta o estado brasileiro, foram quase 700 mil mortos pelo negacionismo a vacina contra a covid”, criticou o ex-governador.
Ele também chegou a defender o ex-presidente Lula, afirmando que quem tirou do papel a Transposição do Rio São Francisco, foi o líder petista. A obra é alvo constante de disputa pela paternidade entre Lula e Bolsonaro.
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