Em convenção do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e do Cidadania, Raquel Lyra foi oficializada como candidata ao governo de Pernambuco nas eleições de outubro. O evento, que aconteceu na manhã deste sábado (30), no Clube Português, nas Graças, Zona Norte do Recife, contou com a presença de políticos e lideranças de diferentes regiões do Estado. A vice da chapa é Priscila Krause (Cidadania), e o ex-deputado federal Guilherme Coelho (PSDB) foi confirmado como candidato ao Senado.
Neste domingo (31), ocorrem as convenções partidárias de Miguel Coelho (UB), às 14h, no Clube Internacional, na Madalena (Zona Norte do Recife); de Anderson Ferreira (PL), às 10h, no Clube Português, nas Graças (Zona Norte da cidade); e de Marília Arraes (SD), às 14h, no Classic Hall, em Olinda. Já a convenção do Partido Socialista Brasileiro (PSB), com Danilo Cabral na disputa pelo governo, será no dia 5 de agosto.
No evento que a oficializou como candidata ao governo do Estado, Raquel Lyra frisou que acredita na politica como melhor forma de mudar a vida das pessoas para melhor. "Vamos devolver Pernambuco para o seu lugar. Este projeto não foi construído de hoje. A gente não está aqui para um evento de uma linda convenção que se encerra por aqui. Não estamos aqui para passar uma chuva de uma convenção." O encontro reuniu cerca de 8 mil pessoas, de acordo com a assessoria de comunicação da chapa.
- Convenção de Raquel Lyra subiu o tom contra adversários e criticou a "estrutura" de outros palanques
"Tem gente brigando pelo apoio de Lula ou de Bolsonaro. Eu fiz me perguntando onde está o povo de Pernambuco na discussão deles", destacou Raquel Lyra, em referência aos outros candidatos. Ela subiu ao palco ao lado do marido, o empresário Fernando Lucena, e dos dois filhos.
Durante o seu discurso, Raquel Lyra ressaltou ainda que foi a primeira mulher eleita prefeita de Caruaru, no Agreste. "Caruaru é meu chão. É onde eu me criei, onde me identifico, tenho minha identidade."
Além das críticas ao PSB, a agora candidata rebateu o que adversários dizem em torno de sua habilidade política. "Se entende que hoje a prioridade não é cuidar do povo, mas somente se manter no poder (...). Dizem que não sei fazer o jogo da política. Quem me conhece de perto sabe que, todos os dias, tenho coragem."
O discurso de Raquel Lyra seguiu a linha dos demais políticos que participaram da convenção. Eles apontaram Danilo Cabral como continuidade do projeto de Paulo Câmara, que tem baixo índice de popularidade, e Marília Arraes como uma política inexperiente no executivo e que se ancora no sobrenome.
Candidata a vice
Já Priscila Krause despontou com uma fala incisiva contra o PSB e o pré-candidato Danilo Cabral. Ela chegou a dizer que o governo do Estado usou a pandemia de covid-19 para "botar o dinheiro dos pernambucanos no bolso".
"A gente imaginava que quem estava ali iria se sensibilizar. Mas eu não me calei diante disso, porque não dá para a gente se calar vendo as pessoas morrendo, a Restauração (hospital na área central do Recife) caindo aos pedaços", disse a candidata à vice-governadora.
Ela ainda fez menção à oposição que fez, ao governo estadual, durante os seus dois mandatos na Assembleia Legislativa de Pernambuco. "Me deparei com vários desafios. Um deles foi ter encontrado, no poder público, aqui em Pernambuco e no Recife, o que há de mais perverso na política. Encontrei, entranhado na máquina pública, esse mal que rouba vidas, que rouba o futuro, chamado corrupção."
Em seu discurso, Priscila Krause também frisou que "neste governo (caso a chapa da qual faz parte vença), nem vai se roubar nem vai se deixar roubar. O dinheiro do povo tem que ser respeitado; a honestidade é obrigação". Ela acrescentou que "eles (o PSB) estão brincando uma brincadeira de muito mal gosto com a gente. Faz tempo que esse governo que está aí, liderado por Paulo Câmara, se esconde de maneira que pode. O seu próprio palanque não consegue levá-lo e não pode levá-lo. Sequer pronunciam muitas vezes o seu nome. Um governo que desrespeita todos os dias, todos as horas, todos nós pernambucanos".
Também discursaram para a plateia políticos como o ex-governador João Lyra Neto e Roberto Freire, o ex-senador e presidente nacional do Cidadania, o senador Armando Monteiro e o deputado federal Daniel Coelho.
Entre os pré-candidatos à Alepe, se destacaram Lucinha Mota, mãe da menina Beatriz Mota, que foi assassinada em Petrolina, e a delegada Patrícia Domingos, candidata à Prefeitura do Recife em 2020.
Na ocasião, o ex-governador e ex-ministro Gustavo Krause, que deixou a vida pública em 1998, ressaltou que o evento não "é apenas uma convenção partidária. É uma celebração a favor da liberdade e da democracia. O que vale a liberdade de hoje se existe alguém passando fome, sem direito a estudar e sem saúde digna?", questionou Gustavo Krause, que é pai de Priscila Krause.
Candidato ao Senado
Na convenção, o candidato do Senado na chapa de Raquel e Priscila Krause, o ex-deputado federal Guilherme Coelho (PSDB), presidente do partido em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, apresentou um histórico da sua trajetória política e não deixou de fazer críticas a adversários.
"Nós queremos é dar um basta num governo que dorme, que não acorda, num governo que não tem compromisso. Esse estilo de governo não é o nosso. Tem um escritor russo que diz: 'conquiste a sua aldeia que conquistarás o mundo'. Você conquistou a sua aldeia, Raquel, como prefeita de Caruaru", disse Guilherme Coelho.
"Eu conheço os caminhos de Brasília. Fui deputado federal, e eu sei o que é a força de um senador, que tem a força para trazer os recursos de que nosso Estado precisa. Não vou abdicar disso; vou levantar esta bandeira. Eu vou rodar este Estado inteiro para que possa aprender com vocês a necessidade de cada cidade de Pernambuco", ressaltou.
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