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Agregador de pesquisas JC: Ex-prefeitos brigam pelo segundo turno com Marília Arraes; veja análise da disputa

Segundo o agregador de pesquisas do JC, os três ex-prefeitos estão tecnicamente empatados considerando a margem de erro

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 17/08/2022 às 16:17 | Atualizado em 17/08/2022 às 18:55
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PROPOSTAS Miguel Coelho propôs a Danilo Cabral realização de debate. Cabral chamou adversários de 'fujões' - FOTO: DIVULGAÇÃO
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O agregador de pesquisas JC/Oddspointer, mostrou em sua última atualização, que a disputa para o Governo de Pernambuco nas eleições de 2022 está bem acirrada, apontando para um eventual segundo turno do pleito.

De acordo com o levantamento, a candidata a governadora Marília Arraes (Solidariedade), lidera com 31,8% das intenções de votos. Já para o que seria a segunda vaga, as pesquisas analisadas pelo agregador JC/Oddspointer mostram que três ex-prefeitos estão empatados tecnicamente, considerando a margem de erro dos estudos.

A ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB) está com 13,1% das intenções de voto; em seguida, vem o ex-prefeito de Jaboatão Anderson Ferreira (PL) com 10,5%; e o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (UB), que tem 9,5%.

O candidato do governador pelo PSB, o deputado federal Danilo Cabral, que nunca disputou um pleito para o Executivo, tem 6,5%.

Especialistas ouvidos pelo JC, analisaram o cenário trazido por esses percentuais e consideram que o acirramento maior está ocorrendo entre ex-chefes do Executivo municipal ainda tem ligação com ao recall das eleições de 2020, onde os três tiveram o segundo mandato renovado e índice alto de aprovação de suas gestões.

“São gestores que muito recentemente tiveram uma ampla visibilidade e que participaram de forma expressiva do pleito de 2020, seja pelo fato de terem sido reeleitos com uma grande margem de votos. No imaginário coletivo, eles são atores políticos com boa performance eleitoral, bem avaliados e, portanto, são considerados lideranças”, analisa a cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho), Priscila Lapa.

Segundo a cientista política, a deputada federal Marília Arraes, apesar de também nunca ter sido eleita para um cargo no Executivo, se beneficia agora da amplitude que o pleito anterior alcançou. Ela disputou a Prefeitura do Recife quando ainda era filiada pelo PT, contra o atual prefeito João Campos (PSB), levando a disputa para o segundo turno, mas acabou não saindo vitoriosa.

Mas a vitória das urnas em 2020 não é fator determinante para uma liderança na disputa deste ano. "O fato de terem gestões bem aprovadas é algo que também coloca em situação positiva, mas não garantiria a liderança. Como eles vêm de regiões muito distintas do Estado, isso por si só não garante a liderança, pois eles não são tão conhecidos nas outras regiões, o que cria essa dificuldade de crescimento", avalia o cientista político e professor da Asces-Unita, Vanuccio Pimentel.

Outros pontos também devem ser levados em consideração, segundo o cientista político Ernani Carvalho, como o fato de que a disputa ainda está muito fragmentada e que a polarização nacional da corrida presidencial ainda irá trazer impactos relativos a crescimentos ou recuos.

“Se olharmos retrospectivamente, estamos numa eleição completamente atípica de distribuição de preferências, com um cenário muito fragmentado. Não recordo de uma eleição tão disputada desde o início do processo da redemocratização. Obviamente, você tem uma distribuição, que dentro da margem de erro, se mostra equilibrada, com Raquel vindo a frente, seguido de Anderson Ferreira e Miguel Coelho”, afirma o cientista político.

 

POLARIZAÇÃO

Mesmo tendo sido prefeitos bem avaliados e contarem com partidos estruturados, que possuem recursos para disputar, o qual talvez possa ser a diferença entre eles é a inevitável nacionalização da disputa.

“E o Anderson Ferreira termina tendo uma certa vantagem, porque a eleição tem um grau de polarização, que tende a nacionalização dos discursos. Os dois candidatos a nível nacional vão terminar criando uma força de atração ou retração de votos”, disse Ernani Carvalho, se referindo ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa a reeleição, e ao ex-presidente Lula (PT), que também é candidato ao Palácio do Planalto.

No caso do ex-prefeito de Petrolina, o próprio partido União Brasil tem candidatura própria à presidência, sendo representada pela senadora Soraya Thronicke. Enquanto o PSDB, da ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra, apoia a senadora Simone Tebet (MDB), para a presidência da República. Ambos criticam os discursos nacionalizados travados por seus adversários. 

Já no caso dos possíveis impactos que a candidatura do ex-presidente Lula pode trazer ao cenário local, estão na disputa pela sua imagem o deputado federal Danilo Cabral, que é apoiado oficialmente pelo líder petista, e a deputada federal Marília Arraes. “O jogo está muito aberto e muito disputado. A conjugação final está por ser construída e ainda vamos ver os desdobramentos dos impactos da polarização”, observa Ernani.

 

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