'Todo mundo sente falta do tempo de Eduardo (Campos)', diz Raquel Lyra, opositora do partido do ex-governador
Candidata a governadora pelo PSDB, Raquel Lyra foi secretária de Criança e Juventude de Eduardo Campos
Enquanto diversas pesquisas mostram que a popularidade do governador Paulo Câmara (PSB) não vive os seus melhores dias em Pernambuco, sabe-se que uma parcela significativa da população do Estado guarda boas recordações da gestão do ex-governador Eduardo Campos, que faleceu em um acidente de avião em 2014. Cientes disso, candidatos a governador de oposição não têm poupado críticas ao atual gestor estadual, ao mesmo tempo em que colam as próprias imagens à de Eduardo.
Vale salientar que os principais postulantes a governador que tentam desbancar o nome apoiado por Paulo no pleito deste ano ou já foram do PSB ou faziam parte da base aliada socialista nos governos de Eduardo. Entram nesta lista Marília Arraes, hoje no Solidariedade; Raquel Lyra, do PSDB; Miguel Coelho, do União Brasil; e Anderson Ferreira, do PL.
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Nesta quarta-feira (17), durante sabatina na Rádio Folha, Raquel Lyra foi questionada sobre as críticas que faz às gestões socialistas, uma vez que inclusive já ocupou o cargo de secretária de Criança e Juventude quando Eduardo Campos foi governador. Segundo a ex-prefeita de Caruaru, o PSB da época do ex-gestor não é o mesmo partido de hoje.
"Fui integrante (do PSB) no momento em que as coisas aconteceram em Pernambuco. E todo mundo tem saudade do tempo de Eduardo, não sou só eu. Todo mundo com quem a gente conversa diz que quer voltar naquele tempo, de alguém que fosse líder no governo. A gente tem, hoje, uma absoluta falta de liderança no Governo de Pernambuco. O governador Paulo Câmara é ausente nos principais temas do nosso Estado. Não fala sobre emprego, não fala sobre segurança, não fala sobre saúde pública e não faz parceria com quem precisa fazer. Desde os municípios até os empresários. Desde o povo ao governo federal", disparou.
A tucana declarou, ainda, que está preparada para ocupar o papel de governadora, uma vez que possui experiência e preparo para a função. "A gente precisa mesmo é mudar de governador. Pernambuco quer isso e eu me apresento como alguém que tem serviços prestados ao nosso estado e uma biografia inclusive como secretária do governo de Eduardo Campos", pontuou Raquel.
Filha do vice-governador de Eduardo, João Lyra Neto, Raquel deixou o PSB em 2016, após ter a candidatura a prefeita de Caruaru rifada pelos socialistas. Na época, o partido teria aberto mão de disputar na cidade em troca do apoio do PDT à reeleição de Geraldo Julio (PSB) no Recife.
Raquel e João Lyra responderam ao gesto se filiando ao PSDB. A ex-prefeita chegou a comentar, na época, ter ficado chateada com Paulo Câmara, pois o governador teria garantido a ela, meses antes, que se a então deputada estadual assumisse o diretório municipal socialista teria total liberdade para se lançar na disputa, e ela assumiu o diretório em novembro de 2015.
De acordo com o último levantamento do agregador de pesquisas JC/ODDSPOINTER, Raquel Lyra possui 12,1% da preferência do eleitorado, ocupando numericamente a segunda posição na disputa, atrás apenas de Marília Arraes (SD), que acumula 31,8 das intenções de voto.
Relação com Rodrigo Pinheiro
Durante a sabatina, Raquel também comentou os rumores de que a sua relação com o atual prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), estaria estremecida. Os dois estiveram juntos em Caruaru na última terça-feira (16), durante o lançamento da campanha da ex-gestora.
Depois que a candidata deixou a prefeitura para concorrer ao governo estadual, Pinheiro foi visto com vários adversários da tucana, fato que teria acendido especulações sobre a sua fidelidade.