Em sua participação no primeiro debate entre os candidatos ao Governo de Pernambuco, promovido pela Rádio Liberdade de Caruaru, na manhã desta sexta-feira (26), o candidato a governador Miguel Coelho (UB) foi questionado sobre como pretende aplicar a transparência em seu governo, caso eleito, e o combate à corrupção.
Em 2021, a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação “Contrassenso” para investigar supostos desvios de recursos por meio de contratações realizadas pela Secretaria de Educação de Petrolina.
Na época, a apuração inicial apontou irregularidades no fornecimento de kit escolar, entre o final de 2015 e o ano de 2020, com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
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O caso ganhou grande repercussão na imprensa e o portal G7Bahia chegou a publicar em seu portal, uma matéria com o título “Miguel Coelho, Prefeito de Petrolina, é investigado por pelo menos cinco crimes”.
O candidato a governador pelo União Brasil entrou com um pedido de liminar solicitando a retirada do ar da notícia, mas o pedido foi indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE), segundo publicação no mural eletrônico da corte, no dia 18 de agosto.
“Enquanto prefeito, colocamos Petrolina entre as 10 cidades mais transparentes de acordo com Tribunal de Contas do Estado. Essa operação na prefeitura, na minha gestão, começou por uma dispensa de licitação feita pelo então prefeito Geraldo Júlio, do PSB”, respondeu Miguel Coelho.
A operação da Polícia Federal, também havia identificado indícios de irregularidades em processos empreendidos pelas prefeituras de Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Recife, bem como pela Secretaria Estadual de Educação, a respeito da aquisição de acervo bibliográfico e kits didáticos.
“E que hoje, já foi dado por sentença judicial, que todos os contratos de Petrolina foram legais, diferente do que aconteceu no Recife e no Governo do Estado na gestão do PSB”, completou o ex-prefeito de Petrolina.
Fernando Bezerra Coelho
A trajetória política do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), pai de Miguel Coelho, também foi pontuada dentro do mesmo questionamento.
O parlamentar já foi ministro da Integração Nacional do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT); líder do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), que assumiu a presidência após o impeachment contra a petista;
Fernando Bezerra Coelho também ocupou a liderança do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Senado, até dezembro do ano passado, após ter sido derrotado na disputa pela indicação da Casa Alta para a vaga no Tribunal de Contas da União.
A nível estadual, o senador emedebista já foi secretário da Casa Civil do então governador Roberto Magalhães, e posteriormente foi candidato a vice na chapa do ex-governador Miguel Arraes. Suas eleições para a Câmara e para o Senado se deram com apoio do PSB.
“Sobre o senador Fernando Bezerra, ele tem mais de 40 anos de vida pública. Não vamos juntar uma coisa com a outra, porque do governo Magalhães para quando ele disputou a vice de Miguel Arraes teve mais de 10 anos de distância. Então ele não virou de lado, foi uma construção política que virou para isso”, declarou Miguel Coelho.
“Quem conhece a história de Fernando sabe como ele foi importante em 2006, para poder ajudar Eduardo a virar governador, quando poucos acreditavam, e Fernando era prefeito de Petrolina. Eu tenho muito orgulho da história do meu pai e serei governador pela vontade do povo de Pernambuco", completou.
COMENTÁRIO
Nessa rodada do debate, além do candidato responder a pergunta feita por um dos jornalistas convidados, ele teria sua resposta comentada pelo candidato adversário. Neste caso, o candidato a governador do PSOL, o advogado João Arnaldo, comentou a respeito da fala de Miguel Coelho.
De acordo com o psolista, o que tem marcado as candidaturas presentes no programa, seria o "oportunismo eleitoral".
"Não é só o pai do candidato Miguel Coelho, que tem esse perfil, mas é importante destacar como é esse oportunismo eleitoral toda vez que seja importante se manter no poder, para se manter do lado onde tem recursos, estrutura e orçamento ", declarou João Arnaldo.
PROPOSTAS
Durante o debate, o candidato também teve oportunidade de apresentar propostas para enfrentar os principais problemas do estado, como desemprego, pobreza, saneamento e abastecimento de água
“Se o Brasil está ruim, Pernambuco está muito pior. O problema de Pernambuco é falta de comando e liderança. Pernambuco não tem um governador com atitude, vontade de fazer e humildade para governar com qualquer presidente que seja", declarou Miguel Coelho, em crítica aos discursos nacionalizados entre Lula e Bolsonaro.
O candidato do União Brasil renovou o compromisso com a descentralização da saúde a partir da construção de cinco novos hospitais e oito maternidades, e com a implantação de 12 centros de diagnóstico. Além disso, também afirmou que pretende criar um programa social no valor de R$ 300,00 mensais com cursos de capacitação profissional.
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