ELEIÇÕES 2022

Em ato da esquerda no Recife, militância de Teresa Leitão ignora Danilo; apoiadores de Marília Arraes escondem André de Paula

Candidatas em chapas adversárias, Marília Arraes (SD) e Teresa Leitão (PT) participaram do Grito dos Excluídos no Recife

Augusto Tenório
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Publicado em 07/09/2022 às 14:38 | Atualizado em 07/09/2022 às 14:52
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Candidatas em chapas adversarias, Marília Arraes (SD) e Teresa Leitão (PT) vão ao Grito dos Excluídos no Recife - FOTO: Divulgação
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Na 28ª edição do Grito dos Excluídos do Recife, realizada na manhã deste sete de setembro, observou-se um espaço vazio separando dois grupos de manifestantes. O primeiro, reunido numa ala localizada à frente da manifestação, ecoou discursos e ostentou bandeiras históricas da esquerda, além da pauta anti-bolsonarista. O segundo, localizado na traseira da passeata, dedicava-se à eleição dos seus candidatos.

Nesse segundo grupo, observou-se a predominância da militância de Marília Arraes, candidata do Solidariedade ao Governo de Pernambuco e líder de intenção de voto, e Teresa Leitão (PT), candidata ao Senado pela Frente Popular. Ambas estiveram presentes na manifestação. Entre os que disputam eleições majoritárias, somente elas, além de João Arnaldo (PSOL) e Jones Manoel (PCB), estiveram presentes.

A militância de Marília Arraes conseguiu impor sua hegemonia entre a ala político-eleitoral do ato, com predominância de bandeiras e canções da candidata ao Governo. Observou-se, também, muitas imagens da sua irmã, Maria Arraes, candidata a deputada federal. Não houve faixa ou bandeira com André de Paula (PSD), candidato ao Senado na chapa do Solidariedade.

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Bandeiras eleitorais no Grito dos Excluídos do Recife - Augusto Tenório

Marília destacou que participa do Grito dos Excluídos há 15 anos e reforçou o compromisso com a democracia e com o combate à miséria e à fome no Estado. "Já em 2023, vamos reforçar o Fundo Estadual de Combate à Pobreza, dobrando os recursos de forma emergencial. Isso significa que no ano que vem teremos R$ 1 bilhão", disse.

No caso de Teresa Leitão, observou-se a ausência de bandeiras da candidata com Danilo Cabral. Sua militância carregou imagens da deputada estadual ao lado ex-presidente Lula, principal cabo eleitoral no estado. Ela e alguns aliados, porém, tinham adesivos do candidato do PSB colados na sua camisa.

"É um compromisso que tenho todos os anos, no 7 de setembro. Acho importante manifestar os anseios por condições dignas de vida para todas e todos", resumiu Teresa Leitão.

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Bandeiras eleitorais no Grito dos Excluídos do Recife - Augusto Tenório

O candidato ao Governo de Pernambuco, líder em rejeição segundo o Ipec, foi ignorado quando a locutora de um carro de som, dedicado à parte de trás da manifestação, pediu votos para "eleger Lula, Teresa Leitão e candidatos apoiados pelo ex-presidente". Também houve discursos anti-PSB na manifestação.

Como funcionou o grito dos excluídos no Recife

Por orientação dos organizadores, determinou-se que a 'linha de frente' da manifestação fosse reservada aos militantes que reivindicam pautas como a reforma agrária, combate à fome e desigualdade, revogação da reforma da previdência e trabalhista, além do fim do Governo Bolsonaro. Quem carregasse bandeiras de partidos ou candidatos, deveria ficar na parte de trás.

Assim deu-se início a caminhada, no Parque Treze de Maio, rumo à Praça do Diário, na região central do Recife. Poucos minutos após o começo da caminhada, formou-se um vazio entre os dois grupos, que permaneceu até o fim, a despeito da tentativa dos carros de som para manter os manifestantes unidos.

Bolsonaristas, em tempo, realizam um ato próprio em Boa Viagem, durante a tarde desta quarta-feira.

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