Eleições 2022

Último debate para governador de Pernambuco tem Raquel Lyra no centro dos confrontos com Miguel Coelho e Danilo Cabral

Programa foi ao ar nesta quinta-feira (29), promovido pela TV Jornal

Cadastrado por
Mirella Araújo
Renata Monteiro
Augusto Tenório
Publicado em 29/09/2022 às 16:30 | Atualizado em 29/09/2022 às 16:37
Tião Siqueira/JC Imagem
Apenas Marília Arraes e Anderson Ferreira não compareceram ao debate da TV Jornal - FOTO: Tião Siqueira/JC Imagem
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O último debate entre os candidatos ao Governo de Pernambuco antes do primeiro turno, promovido nesta quinta-feira (29) pela TV Jornal, foi marcado por maior participação da candidata do PSDB no pleito, a ex-prefeita de Caruaru, Raquel Lyra nos principais embates.

Depois de uma série de debates em que acabou escanteada diante das trocas de acusações entre os seus adversários, no programa de hoje a tucana foi recorrentemente provocada pelo Pastor Wellington (PTB), Miguel Coelho (União Brasil) e Danilo Cabral (PSB), mas também partiu para o ataque contra eles em diversos momentos.

Além dos postulantes citados, foram convidados para o debate João Arnaldo (PSOL), Anderson Ferreira (PL) e Marília Arraes (Solidariedade). Anderson e Marília, porém, não compareceram ao programa, como têm feito em situações semelhantes.

Mais uma vez, o não comparecimento da dupla não passou despercebido, e se tornou alvo de críticas dos presentes. Danilo Cabral, por exemplo, questionou o advogado João Arnaldo sobre sua opinião a respeito da ausência de Marília, colocando em dúvida se a falta seria por "medo ou despreparo intelectual".

Em sua resposta, João Arnaldo além de criticar a parlamentar, pontuou que a chapa a qual ela pertence, com Sebastião Oliveira (Avante) como vice e André de Paula (PSD) disputando o Senado, era aliada do governador Paulo Câmara (PSB) até pouco tempo atrás. "Agora, eles se dividem por causa do desgaste de Paulo Câmara", frisou o candidato do PSOL.

A mediação do debate ficou por conta da jornalista e apresentadora Anne Barreto, mas ela teve uma indisposição durante a transmissão e precisou ser substituída pelo titular da coluna Cena Política do JC, Igor Maciel.

Já no primeiro bloco do programa, o candidato do PTB disse acreditar que caso Raquel seja eleita, haverá conflito de interesse na gestão dela no transporte público do Estado, visto que a família da ex-gestora possui uma empresa de transporte intermunicipal. Ao adversário, a tucana afirmou que a situação não vai interferir na sua administração.

"O meu avô comprou essa empresa quando o meu pai tinha 16 anos de idade, uma empresa de transporte intermunicipal, e a gente está tratando aqui de transporte metropolitano (...) Durante toda a minha vida pública sempre tratei tudo com muita honestidade, pode pesquisar a minha vida. Não é o senhor, combinado com quem quer que seja, que vai conseguir macular a minha trajetória", destacou Raquel.

No momento reservado para a réplica, o candidato Pastor Wellington disse que era imparcial e que não havia "combinação com ninguém". O petebista disse, ainda, que tem apenas interesse que o povo pernambucano saiba da "verdade" e que é totalmente contra "conflitos de interesse" na gestão do Estado.

A candidata ainda voltou a falar sobre transporte público, desta vez afirmando que apesar do que diz Miguel Coelho, a licitação de transporte na cidade que foi governada pelo político sertanejo, Petrolina, foi cancelada por fraude. "Ele diz que enfrentou o empresariado, na verdade tem uma sentença que anulou a licitação", acusou.

Mais adiante, o próprio Miguel tocou no tema, e disse que foi o único prefeito do Estado que "peitou" o empresariado, embora tenha recebido ameaças de morte e um dos seus secretários tenha sofrido um atentado à bala.

Danilo Cabral, por sua vez, disse que Raquel "deixou Caruaru quebrada" quando saiu da prefeitura. O socialista estava se referindo à posição da cidade do Agreste pernambucano no Relatório de Gestão Fiscal (RGF), do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), que mostra um furo de cerca de R$ 26 milhões nos cofres do município em 2021.

"Raquel, quem tá mentindo aqui é você. Repare no relatório de gestão fiscal. Dado oficial. Eu estou dizendo a fonte. Você deixou um rombo de R$ 26 milhões na conta em 2021. Disse que passou 15 meses percorrendo o estado. Ou seja, ela largou a prefeitura para fazer política. Por isso entregou a prefeitura quebrada", destacou Danilo.

O aliado do governador Paulo Câmara (PSB) disse, também, que a ex-prefeita não fala a verdade ao associar à sua gestão a redução dos índices de criminalidade de Caruaru. "Quando ela fala de segurança, ela não fala sequer (das ações do Governo de Pernambuco). Quem faz repressão são as Polícias Militar e Civil. Foi instalado em Caruaru um batalhão da Polícia Militar, um complexo da Polícia Civil e 300 policiais foram colocados lá. Reduziu a violência, não foi só em Caruaru não, foi em todos os municípios que fazem parte da região. Você devia ter mais honestidade intelectual", cravou.

Mas Raquel não foi a única ex-prefeita a receber cobranças no debate que antecede a primeira fase do pleito deste ano. Miguel também foi questionado sobre sua herança política, a antiga relação com o PSB e indicadores de Petrolina.

Os questionamentos partiram de João Arnaldo, que fez uma pergunta sobre indicadores sociais de Petrolina. Ele citou queda na evolução da educação, saúde e demais áreas, acusando Miguel Coelho de ser um político de "fake news".

O ex-prefeito de Petrolina rebateu o adversário afirmando que os seus concorrentes ficam "esculhambando" os demais. Ele classificou o Governo Paulo Câmara como o pior da história do Estado e defendeu indicadores da cidade.

João Arnaldo, então, questionou se Miguel "acredita nas mentiras que conta", recordando a aliança do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), pai do ex-prefeito de Petrolina, com Paulo Câmara. O pessolista ainda acusou o postulante de ser "tão novo quanto as oligarquias políticas que existem em Pernambuco há 500 anos".

Miguel Coelho afirmou que João Arnaldo está desorientado ou mal intencionado ao citar os dados sobre a cidade.

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