Com Estadão Conteúdo
O apresentador Ratinho iniciou nesta terça-feira (13) uma série de entrevistas com os candidatos à Presidência da República em seu programa, no SBT.
O primeiro a ser entrevistado no "Candidatos com o Ratinho" foi o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) serão entrevistados por Ratinho nos dias 19 e 20 de setembro, respectivamente. Segundo o SBT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não confirmou presença.
O presidente citou pela primeira vez fora da propaganda eleitoral, o benefício extra de R$ 200 para beneficiários do Auxílio Brasil que conseguirem emprego.
Na peça publicitária que foi ao ar na TV na última quinta-feira (8), a campanha do candidato à reeleição falou em conceder um benefício de R$ 800, a partir do ano que vem, para quem se empregar. Bolsonaro disse, contudo, que tudo será feito dentro do teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior.
"E mais ainda, quando é uma mulher, por exemplo, que é chefe de família, ganha R$ 1.200 por mês, e se essa mulher ou se esse homem, que está ganhando o Auxílio Brasil, caso venha a conseguir um emprego, ele não perde e Auxílio Brasil e ganha mais R$ 200 ainda", afirmou Bolsonaro no Ratinho.
"Com o Bolsa Família, o PT escravizava o pessoal. Se ele conseguisse um emprego, perdia o Bolsa Família. No nosso governo, ele não perde. Ou seja, é a saída para o emprego. Então, isso tudo, repito, dentro da responsabilidade fiscal. Você não vai ter aumento do dólar, cair Bolsa, ter problemas no mercado por causa disso, porque nós fazemos dentro do teto e dentro da responsabilidade", emendou o presidente.
Atualmente, o valor mensal do benefício está em R$ 600, mas o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado pelo próprio governo Bolsonaro ao Congresso prevê recursos para um montante médio de R$ 405 no ano que vem.
A promessa de Bolsonaro de conceder R$ 200 a mais no Auxílio vem à tona após a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, passar a estudar a concessão de um bônus de R$ 150 para crianças de até seis anos, além de outros adicionais aos beneficiários do programa social, antigo Bolsa Família.
Por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada em julho por deputados e senadores, o Palácio do Planalto conseguiu aumentar o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 às vésperas das eleições, mas a medida só vale até o final deste ano.
O governo promete tornar permanente o novo valor, mas ainda não indicou de que forma vai fazer isso seguindo as regras fiscais, como o teto de gastos.
Críticas a Lula
Na entrevista ao SBT, Bolsonaro também voltou a dizer que é possível aprovar uma reforma tributária ainda neste ano e a afirmar que Lula vai perseguir padres e pastores se for eleito para o Palácio do Planalto.
O candidato à reeleição ainda repetiu ataques indiretos ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Algumas pouquíssimas pessoas querem roubar nossa liberdade de expressão", disse.
Preço dos alimentos
No Programa do Ratinho, Bolsonaro também afirmou que os preços dos alimentos no supermercado vão diminuir graças à agricultura familiar. Na avaliação da campanha à reeleição, a dificuldade do chefe do Executivo em conquistar o voto da população de baixa renda é resultado, principalmente, da inflação da comida.
Em entrevista ao Programa do Ratinho, no SBT, Bolsonaro também ressaltou que, durante seu governo entregou títulos de terra a assentados.
"O preço do alimento explodiu no mundo todo. No Brasil cresceu bastante, sim, mas foi o que menos cresceu. E os sinais já estão aí, o óleo de soja estava R$ 13 o litro, agora está menos da metade disso. Os produtos da cesta básica, nós zeramos os impostos federais e em forma definitiva", disse o presidente.
"Com o incremento da agricultura familiar, que é quem realmente ajuda a levar comida para a mesa do trabalhador, isso vai continuar caindo", emendou Bolsonaro.
Bolsonaro disse, ainda, que o diesel importado de forma mais barata da Rússia deve chegar ao Brasil em no máximo dois meses, o que, segundo ele, também ajudaria a aliviar os preços, já que reduz o valor do transporte de cargas.
Em 11 de julho, contudo, o presidente já havia feito a previsão de que o combustível russo chegaria ao País em dois meses, ou seja, em setembro.