Com informações do Estadão Conteúdo
Sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas à presidência, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, virou o principal alvo dos ataques entre os candidatos que participaram do debate realizado pelo pool formado pelo SBT, CNN Brasil, Terra, NovaBrasil FM, Estadão/Eldorado e Veja, neste sábado (24).
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Com um início já conturbado, com perguntas feitas entre os candidatos, a apresentação de propostas esvaíram-se. Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) Felipe d’Ávila (Novo), Padre Kelmon (PTB) e Soraya Thronicke (União Brasil) acusaram-se mutuamente.
Com excessão de Felipe D’Ávila, com participação menos conflitante, e do Padre Kelmon (PTB), que endossou os argumentos apresentados por Bolsonaro, os demais candidatos intercalaram pedidos de direito de resposta em função de assuntos como o orçamento secreto, corrupção e falas consideradas mentirosas.
“Estamos com todos os candidatos aqui atacando um. São cinco contra um. Mas agora são cinco contra dois”, disse o Padre Klemon ao ser questionado sobre a Lei da Ficha Limpa, que barrou a candidatura do presidente do seu partido, Roberto Jefferson (PTB).
Em busca dos votos conservadores do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), a candidata do União Brasil ao Palácio do Planalto, Soraya Thronicke, ironizou o chefe do Executivo pela compra de Viagra e prótese peniana pelo poder público.
Ao perguntar ao adversário Luiz Felipe DAvila (Novo), Soraya usou a brincadeira "o que é, o que é?". "O que é, o que é? Tira remédio da Farmácia Popular, mas mantém a compra de Viagra? Não compra vacina para covid, mas distribui prótese peniana para seus amigos?", perguntou a senadora, que arrancou risadas da plateia com convidados das campanhas.
DAvila, contudo, evitou entrar na brincadeira e respondeu que a polarização brasileira está acabando com a discussão das propostas para o País. Ele também chamou o orçamento secreto de "excrescência".
Na réplica, Soraya lembrou que foi eleita na esteira bolsonarista em 2018, mas rompeu com o governo. "Eu estaria ao lado dele, não estaria nesse lugar, se ele tivesse sido honesto. O que foi feito é que estragaram até mesmo reputação da direita brasileira que estava nascendo. Não é representante da direita brasileira", declarou, sobre Bolsonaro.
No primeiro bloco do segundo debate entre presidenciáveis, a candidata à Presidência pelo MDB, Simone Tebet, escolheu o presidente Jair Bolsonaro (PL) para que respondesse à primeira pergunta e acusou o chefe do Executivo de cortar verbas da merenda escolar para destinar ao orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão.
Em resposta, Bolsonaro afirmou que a acusação da candidata é inverídica e disse que Simone Tebet foi uma das parlamentares que ajudaram a derrubar o veto ao orçamento secreto. O presidente também acusou a senadora e sua vice, senadora Mara Gabrilli (PSDB), de usarem recursos do esquema.
"O orçamento é feito em quatro mãos: Executivo e Legislativo. Não é verdadeira sua acusação de cortar a merenda porque o orçamento não foi votado. A senhora votou para derrubar o meu veto ao orçamento secreto", respondeu Bolsonaro. Ele afirmou que a senadora, como parlamentar, terá a chance de "pegar" os recursos do mecanismo para redistribuir aos ministérios, entre eles o da Educação.
Ao ser perguntado por Simone Tebet sobre ofensas às mulheres, Bolsonaro negou e acusou a candidata de apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamado por ele de "ladrão". "Ofender as mulheres? Eu falo alguns palavrões, mas não sou ladrão. Não defendo por baixo dos panos outro candidato que já foi condenado, cumpriu cadeia e está se ausentando", respondeu.
As críticas a Lula já começaram antes mesmo do debate. Na chegada, os candidatos lamentaram a ausência do líder nas pesquisas. O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição e principal adversário de Lula, atacou o petista ao chegar. "A ausência do presidiário, do ex-presidiário demonstra que ele não tem compromisso com a população. Em 2018, eu não compareci por causa da facada e fui massacrado pelo PT", afirmou.
O presidente alegou que Lula "foi muito mal" no debate realizado pela Band, no início da campanha, e voltou a acusar o petista de ser responsável por esquemas de corrupção. "Foi tirado da cadeia e ‘descondenado’ por amigos no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele é candidato, mas não tem condições morais de ocupar a Presidência."
O candidato do PDT, Ciro Gomes, lamentou a ausência do adversário. Para ele, Lula está de salto alto.
"É lamentável que um candidato que diz que precisa fazer voto útil para enfrentar o fascismo, e estigmatiza o fascismo da ponte adversária, não venha, na presença do adversário, mostrar o fascismo dele", afirmou Ciro ao chegar. "Eu estou aqui para denunciar a corrupção, o fascismo e, mais do que tudo, mostrar que o Brasil tem saída", disse.
Ciro afirmou que um candidato, quando falta a um debate, ou está de salto alto ou sabe que terá de enfrentar coisas que não tem como explicar. "No caso do Lula, é os dois", disse o pedetista, que voltou a bater na corrupção nos governos do PT.
Questionado sobre as propostas que discutirá no debate, o presidente afirmou que quer falar de políticas para mulheres. "Não adianta vitimizar sem proposta para tornar (as mulheres) independentes", disse. Pesquisas eleitorais mostram que Lula lidera as intenções de voto no segmento.
A candidata do União Brasil, Soraya Thronicke, por sua vez, avaliou a ausência de Lula como um "ato de covardia". "Comparecer ao debate é obrigação do candidato e direito do eleitor", afirmou Soraya ao chegar ao debate.1 "Entendo que é ato de covardia do candidato. Você pode organizar sua agenda. A desculpa que foi dada é esfarrapada. É desrespeito."
O candidato do Novo, Felipe d’Avila, criticou o pedido por "voto útil" no primeiro turno, incentivado por Lula. "Voto útil para quem? Não é para o povo. Útil para o povo é o voto que vai livrar o Brasil da política populista que esses candidatos pregam", afirmou ao chegar ao SBT, em referência ao petista e Jair Bolsonaro. O candidato também disse que a polarização fez com que propostas não fossem discutidas ao longo da campanha. "Minimalismo político empobreceu a eleição", afirmou.
O petista atribuiu, em coletiva de imprensa na sexta-feira (23) a falta a conflitos de agenda e desconhecimento de um dos debatedores. Lula disse que, quando o debate foi agendado, ele já tinha comícios marcados. Ele afirmou também que não teve tempo para conhecer o novo candidato, que ele "nem sabe quem é", em referência a Padre Kelmon (PTB).
Os veículos de imprensa que organizam o debate, informam que a formação do pool ocorreu antes mesmo da sugestão dada pelo petista e que, desde 22 de março, todas as campanhas estavam informadas da data do evento.
Em nota divulgada também na sexta, o conjunto de veículos de comunicação informou que recebeu com surpresa a justificativa, pois, "diferentemente do que foi declarado pelo candidato, a formação do pool deu-se antes mesmo da sugestão feita por sua campanha". A parceria foi firmada em março deste ano.
O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, e as gestões petistas têm a pecha de corrupção.
Em sua pergunta ao candidato Felipe dAvila (Novo), Ciro disse que Bolsonaro foi eleito em meio à crise econômica e aos escândalos de corrupção nos governos do PT, mas citou pesquisa Datafolha que mostra que 69% da população brasileira têm impressão que há corrupção na administração atual.
"Presidente Bolsonaro teve oportunidade de ouro de mudar radicalmente", disse. "E teve a proeza de ressuscitar Lula, que se tinha clareza lá atrás que estava relacionado com a corrupção "
DAvila ainda buscou se distanciar de Bolsonaro. "Você vai perceber a diferença para o governo Bolsonaro. Nesse governo Bolsonaro, as pessoas parecem que estão com saudade do PT. Só tem um jeito para evitar o PT na Presidência, é votar no partido Novo."