Com Estadão Conteúdo
O último debate entre os candidatos presidenciáveis antes da realização do primeiro turno, no próximo domingo (2), foi marcado por discussões, atritos, troca de insultos e algumas propostas. O programa realizado pela TV Globo teve mais de três horas de duração e seguiu o modelo de confronto direto entre dois candidatos, sempre colocados frente à frente. Veja como foram os principais momentos do debate:
Lula defende conquistas sociais após Ciro atacar herança econômica do PT
Antigos aliados e agora rivais, os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT) abriram o debate da TV Globo nesta noite com um enfrentamento sobre a herança petista na economia. Enquanto Ciro, ao perguntar, destacou os milhões de desempregados após o fim do governo Dilma Rousseff (PT), Lula se defendeu destacando conquistas sociais ao longo dos oito anos de seu governo.
"Banqueiro ganhou dinheiro, empresários ganharam dinheiro, empresários rurais ganharam dinheiro, aumentaram exportações", respondeu Lula. "A verdade nua e crua é que eu tive prazer de governar o país, e você me ajudou, e fazer maior política de inclusão social da história", acrescentou, ao lembrar que Ciro foi seu ministro.
O pedetista fez questão de destacar números como o desemprego de 14% ao final do governo Dilma e perguntou se Lula gostaria de repetir o feito se voltar ao Palácio do Planalto. "Era a taxa de juros mais alta do planeta", declarou. Ciro também disse ter se afastado do PT por "contradições graves de economia e morais". "O senhor pega 14 anos, separa pedacinhos e esquece os resultados finais", argumentou Ciro.
Lula afirmou a Ciro que o adversário estava "nervoso" e ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) herdou o País de Michel Temer (MDB), e não de Dilma Rousseff.
Debate: Lula critica Bolsonaro no início de debate na Globo: "o povo vai te mandar para casa":
Padre Kelmon repete dobradinha com Bolsonaro com elogios ao governo
"A política do PT que governou este País por 13, 14 anos, nós não podemos nos enganar, porque é mais do mesmo", disse o candidato do PTB. "É uma esquerda que já contaminou toda América Latina. Nós sabemos o que a esquerda quer. Nós sabemos que a esquerda quer calar a voz dos padres, a voz das igrejas", emendou, ao reproduzir fake news disseminadas por bolsonaristas de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perseguiria padres e fecharia igrejas, se eleito.
Ao iniciar sua pergunta a Bolsonaro, Padre Kelmon afirmou que o governo enfrentou a pandemia com 500 milhões de doses de vacinas e deu R$ 600 de auxílio emergencial durante a crise sanitária. "Prezado padre, vamos manter, sim, com responsabilidade fiscal", respondeu o chefe do Executivo ao ser questionado se manteria no ano que vem o valor atual do Auxílio Brasil.
Em dobradinha, Ciro e d'Avila atacam Lula: 'autor do maior escândalo de corrupção'
Ao ser questionado por d’Avila sobre o fato de Lula ter sido autor do "maior escândalo de corrupção", Ciro afirmou que o petista reclama das mentiras do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas faz uma coisa mais hábil que é destacar êxitos de um curto período de tempo dos seus governos, sem considerar os reflexos da pior crise econômica da história, desemprego alto e corrupção generalizada.
Em ironia, Ciro afirmou que o "paraíso" descrito por Lula nos anos de PT sob comando do Executivo resultou "na tragédia Bolsonaro". "O mais grave é que parece que Lula não quis aprender nada com as amargas lições que tomou", cutucou o pedetista.
Durante a mesma dobradinha, d’Avila citou o mensalão revelado nos governos do PT. "Como essa pessoa tem capacidade moral para lidar com o Brasil, para tirar o Brasil do buraco?", questionou, em referência a Lula. "Vote em alguém ficha limpa", finalizou.
Soraya chama padre Kelmon de 'padre de festa junina' em debate na Globo:
Lula e Bolsonaro trocam acusações e fazem duelo de direito de resposta
Em pedidos de direito de resposta seguidos, Lula e Bolsonaro trocaram acusações sobre episódios de corrupção durante os governos petistas e do atual presidente, no debate entre candidatos ao Palácio do Planalto realizado nesta quinta-feira, 29, pela TV Globo.
Lula questionou Bolsonaro sobre sua gestão durante a pandemia e as acusações levantadas pela CPI da covid. Bolsonaro respondeu mencionando a prisão do ex-presidente e fazendo críticas aos episódios de corrupção durante os governos do PT. "Tome vergonha na cara, Lula", afirmou o atual presidente.
Lula usou um direito de resposta para listar o que considera falhas do governo de Jair Bolsonaro (PL) e elencar recentes escândalos envolvendo o chefe do Executivo.
"Queria lembrar as pessoas que, graças ao que fizemos [no meu governo], fomos capazes de descobrir a corrupção e punir os culpados. Quando o nosso candidato [Bolsonaro] vem aqui e diz para apresentar vacinas, vou lembrar aqui alguns escândalos: 51 imóveis, mansão de 6 milhões, rachadinhas de Queiroz", apontou o candidato petista.
Bolsonaro resgata caso Celso Daniel, e Tebet reage: 'pergunte ao candidato do PT'
Para atacar o adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no debate da Globo, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, decidiu resgatar o caso Celso Daniel, ex-prefeito petista de Santo André (SP) assassinado em 2002, sob suspeitas de envolvimento da burocracia do partido. A pergunta foi direcionada à candidata Simone Tebet (MDB), que lamentou e reagiu: "Falta ao senhor coragem de perguntar isso ao candidato do PT, que segundo o senhor é envolvido".
Lula ganhou direito de resposta e lembrou que o caso Celso Daniel foi dado como encerrado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. "Você vem culpar o Lula da morte do Celso Daniel? Seja responsável, você tem uma filha de 10 anos que está assistindo ao seu programa", respondeu.
Após se recusar a responder sobre a morte do ex-prefeito de Santo André, caso com o qual não é envolvida, Tebet criticou o crescimento da pobreza no País e lembrou a declaração de Bolsonaro de que, no Brasil, ninguém passa fome. "Vamos tratar do Brasil, dos reais problemas, do problema da fome", declarou a emedebista. "Hoje o que vemos aqui não são propostas, mas ataques mútuos para ver quem roubou mais". Tebet também criticou a gestão da pandemia pelo atual governo.
Soraya usa Padre Kelmon como ponte para criticar Bolsonaro
Com o combate ao racismo como tema, a candidata do União Brasil a presidente, Soraya Thronicke, trouxe uma série de escândalos do governo no tema para criticar o Executivo. Como ponte para criticar o governo, a candidata usou o candidato do PTB, Padre Kelmon, que apelidou de "cabo eleitoral de Bolsonaro" e "padre de festa junina" devido às dobradinhas do sacerdote com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
"O atual governo já teve absurdos como secretário que fez vídeos de conteúdo nazista, assessor que fez gesto suprematista em pleno Congresso Nacional e presidente da Fundação Palmares que é contra movimento negro", citou a candidata. Sobre o tema, Kelmon criticou a esquerda pelo racismo no País, que, segundo ele, "só enxerga a cor da pele". O candidato minimizou o tema. "Somos todos brasileiros, moradores desta casa comum que é o Brasil", disse.
Soraya ampliou o embate com o candidato do PTB dizendo que Kelmon não tem proposta, e que é um candidato como Bolsonaro "nem nem: nem estuda e nem trabalha".
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Em dobradinha sobre meio ambiente, Lula e Simone Tebet atacam governo Bolsonaro
Na temática sobre meio ambiente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a senadora Simone Tebet (MDB) criticaram o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) pela ineficácia na defesa da agenda verde e das mudanças climáticas.
Questionada pelo petista sobre propostas ambientais, Tebet cutucou Bolsonaro. "Nada é por acaso nessa vida. Acabei de falar de mudanças climáticas com o presidente e mais uma vez ele vem com inverdades e fala de questões que não conhece ou simplesmente não se importa".
A senadora defendeu desmatamento ilegal zero, fortalecimento de órgãos de fiscalização e controle e cumprimento do Acordo de Paris. "Vamos deixar de ser pária internacional porque hoje o mundo tem vergonha de nós", enfatizou. Tebet também defendeu o combate a grileiros e mineradores e prometeu "fazer revogaço nos decretos que são retrocesso do atual presidente da República".
Na dobradinha, Lula destacou êxitos do seu governo e afirmou que, durante suas gestões, o Brasil se transformou no País que mais controlou desmatamento e assumiu a responsabilidade de controlar as emissões de gás carbônico. Ele voltou a dizer que vai proibir "terminantemente" qualquer garimpo ilegal e que "não é necessário nenhum cidadão do agronegócio invadir a Amazônia e ou Pantanal".
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