ELEIÇÕES 2022

Coordenador de campanha de Bolsonaro tenta manter aliados com Raquel Lyra após vídeo da candidata com lulista

Após deputado pedir votos para Lula ao lado de Raquel Lyra, coordenador da campanha de Bolsonaro em Pernambuco tranquiliza aliados sobre a tucana

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Augusto Tenório

Publicado em 17/10/2022 às 20:40
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Em áudio vazado, Carlos Eduardo Machado, que integra a coordenação da campanha de Jair Bolsonaro (PL) em Pernambuco, defende a aliados bolsonaristas o nome de Raquel Lyra (PSDB). O empresário aparece tranquilizando uma interlocutora, garantindo que a candidata ao Governo não apoia Lula (PT) no segundo turno da eleição para a Presidência da República, reforçando seu compromisso com a neutralidade.

O áudio foi gravado após bolsonaristas se irritarem com Raquel Lyra por causa de um vídeo publicado por Ricardo Teobaldo (Podemos). Ao lado da tucana, o deputado federal reeleito pediu votos para a candidata ao Governo de Pernambuco e também para Lula. A gravação foi entendida como uma sinalização da tucana ao petista.

No áudio, Carlos Eduardo afirma que a vice de Raquel Lyra, Priscila Krause (Cidadania), vota em Bolsonaro, o que impediria qualquer chance de a chapa apoiar Lula na disputa contra o atual presidente da República. O intuito é agregar à tucana o eleitorado bolsonarista, o que ficaria inviabilizado num cenário de associação ao PT.

"Raquel não apoia Lula, está neutra. Priscila jamais apoiaria e já declarou voto em Bolsonaro, não existe isso. (...) Raquel esteve conosco ontem, mas tem gente que apoia Lula e estão com Raquel. (...) Ela não declarou apoio, não vai declarar nenhum dos dois candidatos a presidente", disse Carlos Eduardo Machado no áudio vazado.

Procurada pelo Jornal do Commercio, a equipe de Priscila Krause reafirmou que a candidata à vice-governadora não fez declaração alguma de voto, ou mesmo de apoio, a qualquer candidatura à Presidência da República. A ex-deputada estadual ainda frisou que ninguém está autorizado a falar por ela.

"Priscila Krause ratifica que segue a posição da candidata a governadora de sua chapa, Raquel Lyra, de seguir focando a campanha nos problemas e, sobretudo, nas soluções para Pernambuco. Dessa forma, portanto, ela não vai declarar seu voto para presidente da República, fazendo uma campanha independente e de união pela mudança verdadeira de que Pernambuco tanto precisa", diz trecho da nota.

Reprodução
Raquel Lyra (PSDB) ao lado de Ricardo Teobaldo (Podemos) e demais aliados - Reprodução

O coordenador de campanha de Bolsonaro afirma que Raquel Lyra conseguiu angariar cerca de 70% do eleitorado bolsonarista em Pernambuco e aproximadamente 25% dos eleitores lulistas. Machado ainda acusa Teobaldo criar uma "saia justa" para a candidata ao Governo e cita que a ex-prefeita de Caruaru não pensou no que ouviu diante dos acontecimentos recentes na vida pessoal.

Procurada, a campanha de Bolsonaro em Pernambuco não desmentiu o áudio: se resumiu a afirmar que apenas Gilson Machado pode falar pelo presidente no estado. O ex-ministro do Turismo, candidato derrotado do PL ao Senado, assumiu o comando da campanha após o primeiro turno. Eduardo Machado, porém, continua na equipe da coordenação.

"Gilson Machado, coordenador da campanha presidencial de reeleição do presidente Bolsonaro, afirma, a respeito de áudios que tem circulado durante todo o dia de hoje, que nenhum outro membro da equipe de Pernambuco, tem procuração e/ou autorização para falar em seu nome sobre qualquer que seja o assunto, incluindo, conteúdos de teor político e apoios no cenário do presente segundo turno em questão, incluindo as realidades em nível estadual. As informações serão sempre divulgadas pelos meios oficiais de assessoria de imprensa e mídias pessoais e verificadas do próprio Gilson", diz a campanha de Bolsonaro, em nota.

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