O candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou neste sábado, 22, ser necessário existir o Ministério das Cidades para tratar dos "problemas urbanos" do País. A extinta pasta foi criada em 2003 no primeiro governo Lula para tratar de políticas como de saneamento, habitação e mobilidade. Com o presidente Jair Bolsonaro (PL), esses temas ficaram concentrados no Ministério do Desenvolvimento Regional.
"Pode ficar certo é que essa coisa para tratar dos problemas urbanos do País nós precisamos ter o Ministério das Cidades", disse Lula a jornalistas durante agenda em Ribeirão das Neves (MG), afirmando que além de "recompor" o Ministério das Cidades irá retomar o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, reestruturado pelo atual governo e agora chamado de Casa Verde e Amarela.
"Uma das melhores coisas que fizemos foi criar o Ministério das Cidades, e foi através do Ministério que dizemos muita coisa, sobretudo para o povo da periferia. Nós vamos não só recompor o ministério das Cidades como vamos retomar o MCMV com muita força Não só porque o povo precisa, mas também porque o povo precisa de emprego, salário, e construção civil é um dos setores que geram emprego com mais rapidez", disse Lula.
O ex-presidente voltou a prometer que retomará também o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e que irá recriar um espaço do prefeito dentro do Palácio do Planalto e da Caixa Econômica.
Lula critica Bolsonaro
Lula também afirmou que seu oponente, Jair Bolsonaro (PL), é "subordinado" das empresas que importam gasolina no País, e que por essa razão o presidente da República não teria agido antes para baixar o preço dos combustíveis.
"É um cidadão que resolve fazer isso na perspectiva de ganhar as eleições, é porque poderia ter feito antes, não fez porque hoje é subordinado das empresas que importam gasolina no nosso País. São 392 empresas que exportam e importam pagando preço em dólar", disse Lula, que esteve acompanhado da ex-ministra Mariana Silva (Rede) e da senadora Simone Tebet (MDB).
"No dia 30, o povo vai ter que escolher entre fascismo e a democracia, entre a barbárie e a democracia, entre desumanidade e a humanidade. E está chegando o dia de decidir, é preciso ter clareza. Esse cidadão é um destruidor de esperanças, de sonhos, passou mandato inteiro aumentando diesel, gasolina, gás, e chegando as eleições, quando começamos a criticar o preço, começou a reduzir", afirmou o ex-presidente.
Ciro Gomes
O ex-presidente afirmou que não pode "coagir" ninguém a apoiar sua candidatura ao Planalto e que não iria ficar "importunando" seu ex-ministro e ex-candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), a manifestar-se publicamente a seu favor.
"A gente não pode ficar tentando coagir ninguém para vir nos apoiar", disse Lula, durante o evento, lembrando da declaração que Ciro fez, a de que seguiria a decisão do PDT de apoiar a candidatura do petista no segundo turno. O ex-presidente, no entanto, disse desejar que o pedetista tenha "liberdade de decidir como quiser". "Na hora que quiser, não vou ficar importunando", afirmou, ao ser questionado sobre o tema por jornalistas.
Diferentemente de Simone, que declarou apoio a Lula e passou a trabalhar em sua campanha, Ciro apenas informou que seguiria a decisão de seu partido, sem fazer depois qualquer outra manifestação de apoio a Lula neste segundo turno.