BOLSONARO manda suspender pagamento do ORÇAMENTO SECRETO após apoio de LULA a LIRA

Presidente não quer que restante dos recursos prometidos para 2022 cheguem ao Congresso
Lucas Moraes
Publicado em 30/11/2022 às 21:38
Bolsonaro promove generais 40 dias para o fim de seu governo Foto: ISAC NÓBREGA/PR


O presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou suspender o pagamento dos recursos destinados às emendas de relator (orçamento secreto) previstos para este ano de 2022 e que ainda estão bloqueados. De acordo com o jornal Estado de São Paulo, a decisão do presidente vem após Lula (PT) fechar apoio a Arthur Lira (PP) na reeleição à presidência da Câmara dos Deputados. 

O orçamento secreto foi criado por Bolsonaro e repassou ao relator do orçamento a decisão sobre qual deputado ou senador poderia decidir o que fazer com bilhões do orçamento da União. 

Segundo o jornal, Bolsonaro assinou duas medidas nesta quarta-feira (30) para efetivar a decisão. Primeiro, enviou uma proposta ao Congresso para secar a fonte do orçamento secreto ao remanejar as verbas para outras áreas. Além disso, editou um decreto autorizando a equipe do governo a fazer os cancelamentos em uma área e acrescentar em outra.

Do total previsto para o orçamento secreto este ano (R$ 16,5 bilhões), R$ 7,8 bilhões não foram liberados pelo governo federal. 

Adiantando-se à medida, parlamentares já articulam usar a PEC da Transição como mecanismo para garantir a liberação do dinheiro do orçamento secreto. 

 

Congressistas tentam costurar no texto permissão para antecipar para 2022 investimentos públicos e abrir uma folga no orçamento. Assim, despesas atualmente congeladas por conta do teto de gastos seriam desbloqueadas, entre elas os R$ 7,7 bilhões do orçamento secreto, poderiam ser utilizados ainda neste ano. 

Além disso, o Centrão articula alterar a PEC para incluir uma regra que tornam as emendas secretas impositivas, o que obrigaria o Executivo a fazer os pagamentos e blindaria os repasses de cortes. Os recursos são fundamentais para as campanhas de reeleição dos atuais presidentes da Câmara e do Senado. Sem honrar o pagamento do orçamento secreto, ambos correm risco de perder apoios. 

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