DEFESA

Flávio Dino diz que ministro da Defesa, José Múcio, não pode ser condenado por optar pelo caminho do diálogo com as instituições militares

O Ministro da Justiça, Flavio Dino, também anunciou que a Força Nacional vai contar com cerca de 500 homens, enviados por governadores, para reforçar o seu contingente

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Mirella Araújo

Publicado em 09/01/2023 às 17:11 | Atualizado em 09/01/2023 às 18:41
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, saiu em defesa do ministro da Defesa, José Múcio, durante pronunciamento feito na tarde desta segunda-feira (9), sobre os ataques ocorridos na sede dos Três Poderes. 

De acordo com Dino, o ministro pernambucano comanda uma das áreas mais difíceis do governo federal. “Difícil pelas circunstâncias e pela história brasileira. O ministro José Múcio optou por um caminho de diálogo com as instituições militares e ele não pode ser condenado por isso, na minha ótica”, disse o ministro da Justiça.


“Nas condições difíceis que ele atua, ele fez o máximo com sinceridade e lealdade. O fato é que as Forças Armadas brasileiras até aqui, mantiveram fiéis a legalidade democrática e isso é um evento que deve ser saudado e homenageado pelos democratas do nosso país”, completou Flávio Dino.

Por fim, o ministro da Justiça reforçou que José Múcio não pode ser visto como “o grande vilão desse processo” e se solidarizou com o colega. “O que não significa concordância integral com a opinião dele, porque obviamente as pessoas são diferentes”, destacou.

Na última sexta-feira (6), segundo informações do colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, o ministro da Defesa defendeu que os manifestantes bolsonaristas não fossem expulsos do Quartel-General do Exército, justificando que o acompanhamento estaria diminuindo e que a saída acabaria sendo consensuada.
Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divergiu do auxiliar e cobrou uma solução rápida da situação.

Força Nacional

Com informações do Estadão Conteúdo
Em colaboração de aproximadamente dez governadores, a Força Nacional contará com cerca de 500 homens enviados para reforçar o contingente
"Esse contingente visa apoiar providências que estamos adotando ao longo da semana, principalmente proteção à Praça dos Três Poderes e à Esplanada dos Ministérios", afirmou Flavio Dino, ao lado dos diretores gerais da PF, Andrei Rodrigues, e da PRF, Antônio Fernando Oliveira.
O ministro da Justiça também destacou que golpistas "não obtiveram êxito em intentos de ruptura da lei" e que o MJSP está tomando providências para que essa tendência se mantenha. "Quero afirmar que graças a Deus nosso País caminha para absoluta normalização institucional", reforçou.
Mais cedo, o interventor federal escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ricardo Cappelli, disse que todas as barracas do acampamento em frente ao quartel-general do Exército em Brasília foram retiradas.
"Desativamos o acampamento que funcionou como QG dos atos antidemocráticos inaceitáveis de ontem", afirmou, nas redes sociais. "A área foi retomada e não será permitida a volta de manifestantes. Todos os elementos foram encaminhados para a PF. A lei será cumprida", prometeu.
Mais de 1.200 pessoas já foram detidas e levadas até a sede da Polícia Federal, de acordo com dados do MJSP. A Polícia Civil do Distrito Federal informou que, até o momento, 300 pessoas foram presas.

Perícias

Flávio Dino disse que a Polícia Federal já realizou perícias no Palácio do Planalto, no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF). As perícias, de acordo com o ministro, vão promover a responsabilização civil e servem para "configurar crimes e aparelhar ações de indenização" - cobrança que será feita pela Advocacia-Geral da União (AGU). As informações são do Estadão Conteúdo. 
Segundo o ministro, foram identificados 9 bloqueios em rodovias desde ontem, mas todos foram desobstruídos. "A PRF agiu", afirmou. Dino disse que a instituição apreendeu 40 ônibus, alguns em deslocamento, e que em um deles havia arma de fogo e "preparação para violência".
O ministro informou que foram realizadas 209 prisões em flagrante ontem e que, neste momento, aproximadamente 1.200 pessoas estão sendo ouvidas por 50 equipes de polícia. No total, foram 1.500 detenções. De acordo com Dino, a "imensa maioria dos detidos estava nos acampamentos".
 

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