Com Estadão Conteúdo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu acatar pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas investigações dos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília no dia 8 de janeiro.
A decisão foi divulgada na noite desta sexta-feira (13). O pedido da PGR para que o militar da reserva fosse investigado foi encaminhado mais cedo ao STF, que analisa quem são os "autores intelectuais" do quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes.
A iniciativa atende a um pedido feito por cerca de 80 procuradores e subprocuradores da República. Eles acusaram uma atuação sistemática do ex-presidente para colocar em dúvida a segurança das urnas e do processo eleitoral.
A representação foi enviada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que vinha sendo pressionado internamente a tomar medidas mais duras sobre o ex-presidente.
O documento cita o vídeo, publicado por Bolsonaro no Facebook e apagado minutos depois, com suspeitas infundadas sobre a lisura das eleições. A postagem foi feita na terça-feira, 10, ou seja, depois que bolsonaristas radicais haviam invadido os prédios dos Poderes.
O pedido para incluir Bolsonaro na investigação foi feito pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, escalado por Aras para chefiar o recém-criado Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, que vai coordenar as investigações sobre os atos golpistas.
"Não se nega a existência de conexão probatória entre os fatos contidos na representação e o objeto deste inquérito, mais amplo em extensão. Por tal motivo, justifica-se a apuração global dos atos praticados antes e depois de 8 de janeiro de 2023 pelo representado [Bolsonaro]", afirma.
A primeira medida sugerida pelo subprocurador na investigação é que o STF determine a recuperação e o armazenamento do vídeo publicado a apagado por Bolsonaro.
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