Congressistas americanos pediram a extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Senado dos Estados Unidos. Nove senadores do Partido Democrata assinaram uma resolução e apresentaram ao Senado dos Estados Unidos na quinta-feira (2), condenando o ataque de bolsonaristas extremistas no ataque às instituições em Brasília, no dia 8 de janeiro.
O texto do documento faz relação do ataque com o ex-presidente Jair Bolsonaro e pede que os pedidos de extradição de ex-altos funcionários brasileiros sejam respondidos rapidamente.
A resolução "condena o violento cerco conduzido por apoiadores do ex-presidente brasileiro (...) alimentado, em parte, por desinformação espalhada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao longo de vários meses".
Quem assina o documento é o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Robert Menendez, além dos senadores Bernie Sanders, Tim Kaine, Dick Durbin, Ben Cardin, Chris Murphy, Jeanne Shaheen, Jeef Merkley e Chris Van Hollen.
"Antes das eleições gerais do Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro repetidamente fez acusações falsas e infundadas questionando a transparência e a integridade do processo eleitoral do país, atacou publicamente a imparcialidade do Supremo Tribunal Federal (...) e encorajou seus partidários a ampliar essas reivindicações infundadas", escrevem os senadores na resolução.
O documento também aponta que "em 8 de janeiro de 2023, uma semana após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomar posse, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se envolveram em um cerco violento e organizado ao palácio presidencial do Brasil, Congresso e Suprema Corte".
Outra linha de ação dos congressistas tem sido pressionar o presidente Joe Biden a revisar e responder rapidamente aos pedidos de ajuda relacionados com as investigações sobre os episódios violentos e a rever prontamente todas as solicitações de autoridades brasileiras relacionadas à investigação sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023. A solicitação também incluiria quaisquer futuros pedidos de extradição para ex-altos funcionários brasileiros.
O documento compara o episódio no Brasil com a invasão do Capitólio, comandada por apoiadores do ex-presidente americano Donald Trump em 6 de janeiro de 2021. Na ocasião, apoiadores do então presidente Donald Trump invadiram o Capitólio, o centro legislativo dos Estados Unidos, protestando contra o resultado das eleições dando vitória ao democrata Joe Biden.
De acordo com a resolução, os ataques no Brasil demonstram "as consequências danosas de funcionários públicos espalharem deliberadamente desinformação eleitoral e desrespeito ao estado de direito".
“Há pouco mais de dois anos, a saúde e a força da democracia americana foram testadas quando uma multidão violenta, incitada por desinformação eleitoral perigosa, retórica hipernacionalista e, acima de tudo, um apelo à ação de um ex-presidente, tentou interromper a transferência pacífica do poder ao invadir o Capitólio dos Estados Unidos. Há pouco mais de um mês, o mundo assistiu novamente a um ataque à democracia – desta vez no Brasil – ”, comparou o presidente Menendez.