O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, envolvido nos escândalos do mensalão e do petrolão. Para o presidente, o antigo aliado, que voltou a circular em espaços petistas, não pode ser culpado a vida inteira.
Lula explicou nesta quinta-feira o porquê da presença de José Dirceu no aniversário do PT, na última segunda-feira. "Ali é o lugar dele. Ninguém pode ser penalizado a vida inteira, ninguém pode ser na política criminalizado de forma perpétua. José Dirceu é um agente político, militante político da maior qualidade e está voltando a participar", declarou em entrevista à CNN Brasil.
"Vi ele Dirceu sentado até meio escondidinho, acho que não tem que andar escondido, tem que colocar a cara para fora e brigar. Tem que brigar para construir outra narrativa na sociedade brasileira", prosseguiu o presidente, que já descartou publicamente levar para o governo José Dirceu, que foi seu primeiro ministro da Casa Civil com grande poder.
Ao longo da entrevista, Lula voltou a dizer que o ex-presidente Jair Bolsonaro não voltará a comandar o País. "O Brasil vai ser preparado nos próximos quatro anos a acreditar na verdade", afirmou.
Em relação às Forças Armadas, Lula declarou que o restabelecimento da confiança "não é um processo rápido", mas será concluído após a despolitização dos militares. "Estou confiante", disse o presidente, que trocou o comando do Exército após os atos golpistas de 8 de janeiro.
O presidente também voltou a afirmar que vai tentar encontrar uma "solução de paz" para a guerra na Ucrânia.
Lula embarcou na tarde desta sexta-feira, 17, para Salvador. O chefe do Executivo irá passar o carnaval na Base Naval de Aratu, localizada a cerca de 30 km da capital da Bahia. A base dá acesso à praia de Inema, local frequentado pelo petista desde os mandatos anteriores.
A pequena enseada é divida em duas partes: uma pertencente à Marinha do Brasil, que tem acesso restrito, e outra liberada para acesso geral da população. Outros ex-presidentes também já usufruíram do espaço como Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.