Estadão Conteúdo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insinuou que o salário de chefe do Executivo não "compensa", tendo em vista as responsabilidades do cargo. Falando em um culto evangélico nesta quinta-feira, 23, nos Estados Unidos, ele citou o valor que costumava receber à frente do Executivo federal, converteu em dólares a remuneração e questionou: "Compensa?".
"Alguém sabe quanto foi o meu salário bruto em dezembro do ano passado? 33 mil reais. Dá aí seis mil dólares. Compensa? Você não vai para lá para ser compensado financeiramente", afirmou, na igreja New Hope Church, na Flórida.
O ex-presidente reclamou da quantidade de "problemas" que enfrentou em seu mandato e do fato de ter de trabalhar muito. Ele se queixou que não tinha tempo para ver a sua mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e que muitas vezes ela já estava "dormindo" quando ele retornava ao Palácio da Alvorada. "No começo, eu falava: 'Meu Deus, qual foi o meu pecado para estar sentado nessa cadeira? Só problemas", disse, em tom bem humorado.
À frente do Palácio do Planalto, Bolsonaro recebia o salário de presidente e a aposentadoria do Exército; ao deixar o Executivo, passou a receber ainda a aposentadoria como deputado. Agora, longe dos cargos públicos, ele vai receber um salário do PL, de R$ 39 mil.
Ainda segundo o ex-presidente, o governo Luiz Inácio Lula da Silva "não tem como dar certo". Ele apontou suposta falta de qualificação dos ministros do petista e afirmou que a Esplanada era melhor em seu mandato.
O político do PL também criticou a ministra do Esporte, Ana Moser, e a comparou à ex-presidente Dilma Rousseff, supostamente se referindo a gafes em discursos. "Tem alguns lá que pelo amor de Deus. Eu vi a ministra do Esporte falando esses dias e falei assim: ‘Aluna da Dilma!", afirmou Bolsonaro.
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