A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, autorizou hoje, segunda-feira (26), os depoimentos do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e do coronel do Exército Jean Lawand à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas do Congresso Nacional.
Na decisão, a ministra determinou que eles compareçam à comissão, mas também determinou seu direito de permanecer em silêncio diante de perguntas que podem incriminá-los, bem como de contar com a presença de seus advogados.
O depoimento do coronel Lawand está agendado para amanhã, dia 27, às 9h. A oitiva do tenente-coronel Mauro Cid foi aprovada pela comissão, mas ainda não há um dado definido.
De acordo com o inquérito da Polícia Federal, as mensagens recebidas por meio de autorização judicial após a apreensão do celular de Cid indicam que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro recebeu documentos para apoiar juridicamente a execução de um golpe de Estado.
Esses documentos também revelam uma conversa entre Mauro Cid e Jean Lawand, ocorrida em 1º de dezembro do ano passado, no contexto de uma suposta defesa do golpe.
"Mauro, pelo amor de Deus, faça algo. Convença-o a agir. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele será preso. O presidente [Bolsonaro] será preso, e pior, na Papuda", escreveu Lawand.
Em resposta, Cid disse: "Mas o presidente não pode dar uma ordem se ele não confia no Alto Comando do Exército".
Cid está detido desde 3 de maio, pelo ministro Alexandre de Moraes, sob acusação de falsificar o cartão de vacinação de Bolsonaro e de seus familiares.
Com informações da Agência Brasil