A sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o subprocurador Paulo Gonet, nesta quarta-feira, 13, contou com reforço da segurança no prédio. A Polícia Legislativa tomou essa decisão após ser alertada de que Dino, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), poderia sofrer algum tipo de agressão.
O alerta veio após bolsonaristas protestarem na Esplanada dos Ministérios, no último domingo, 10, contra a indicação de Dino. Durante o ato, que teve baixa adesão, a Polícia Legislativa identificou ameaças de agressão ao ministro. Diante disso, o Congresso optou por tomar medidas mais restritivas.
Visitantes que desejavam entrar no Senado no início desta manhã tiveram de esperar em filas para entrar no Senado. A Secretaria de Credenciamento (Secred) e a Secretaria de Comunicação Social (Secom), responsáveis por credenciar jornalistas e outros servidores, não estavam funcionando antes da chegada de Dino à sabatina.
As instalações do Senado chegaram a ser cercadas por policiais para evitar que o prédio ficasse vulnerável, como nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Naquele dia, militantes bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso, deixando um prejuízo superior a R$ 3,5 milhões.
Esplanada também foi fechada antes da sabatina
Desde a primeira hora da manhã desta quarta-feira, 13, a Esplanada dos Ministérios foi fechada por causa de manifestações na região central de Brasília. De acordo com integrantes da segurança do Senado, o fechamento tem relação com a sabatina de Dino. O presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que a medida foi adotada em razão de um evento no Itamaraty.
O policiamento do Distrito Federal também organizou revistas pessoais em pontos próximos ao Congresso. Foram proibidos de acessar a Esplanada os que estivessem portando objetos pontiagudos, garrafas de vidro, hastes de bandeira e malas. Também foi vedada a circulação de drones que não possuíssem autorização de voar no espaço aéreo da região.
A sabatina de Dino ocorre simultaneamente à do subprocurador Paulo Gonet, que foi indicado por Lula para o comando da Procuradoria Geral da República (PGR). A reunião do CCJ precede a votação do plenário do Senado. Para que tenham os nomes aprovados tanto Dino como Gonet precisam de 41 votos dos 81 senadores. Antes, na CCJ, cada um deles necessita do apoio de 14 dos 27 integrantes do colegiado.