ESTATAL

Lula retorna a Brasília após visita ao Nordeste e com Petrobras no foco

O presidente da estatal, Jean Paul Prates, está sob risco de ser substituído no cargo pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante

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Estadão Conteúdo

Publicado em 05/04/2024 às 19:43
Uma das principais críticas em relação a Prates é que ele toma decisões sem consultar o setor - AGÊNCIA PTROBRAS

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou perto do fim da tarde desta sexta-feira, 5, ao Palácio da Alvorada depois de uma série de compromissos em Pernambuco e no Ceará. Ele estava fora de Brasília desde a manhã da quinta-feira (4).

Há a expectativa de que haja definições sobre a Petrobras com a volta de Lula à capital federal.

O presidente da estatal, Jean Paul Prates, está sob risco de ser substituído no cargo pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.

Mais cedo, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, afirmou que, em poucos dias, o cenário da Petrobras pode se estabilizar.

"Em poucos dias, vamos estar com um cenário de estabilidade para a Petrobras poder se preocupar com a atenção principal dela", disse Pimenta em entrevista à Globonews .

GESTÃO PRATES

O advogado Francisco Petros, membro do Conselho de Administração da Petrobras e representante dos acionistas minoritários, avalia positivamente a gestão do presidente da estatal, Jean Paul Prates. "Prates é profissional competente, tem excelente relacionamento internacional", afirmou ele, em entrevista à Globonews.

Nos últimos dias, Prates tem sofrido uma "fritura" pública de integrantes do governo, incluindo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Para Petros, esse debate acaba respingando na governança da companhia, o que é "lamentável".

A crise vem desde a formação do governo, mas se acirrou no mês passado, com a divergência entre a distribuição ou não dos dividendos extraordinários aos acionistas.

De um lado, o presidente da estatal era a favor de distribuir 50%, do outro, os representantes do governo queriam reter os valores para uma reserva.

Por causa disso, a Petrobras perdeu R$ 55 bilhões em valor de mercado em um único dia. Petros ainda demonstrou preocupação em relação à variação do preço dos papéis que a petroleira vem tendo por causa da crise.

"A volatilidade de ações tem preocupado muito. O nível de risco da companhia instantaneamente muda", afirmou o conselheiro.

Neste mês, as ações da empresa estão em queda de 5,46%, o que praticamente zerou os ganhos da estatal neste ano para (valorização de 0,05% em 2024). No período de 12 meses, no entanto, as ações subiram 83,46%.

A crise no comando da Petrobras ganhou novos contornos nesta semana, quando o ministro Alexandre Silveira, retomou os ataques ao presidente da estatal.

Nos bastidores, fontes afirmam que Prates está por um fio. A lista de candidatos ao comando da petroleira inclui desde técnicos do setor de óleo e gás e executivos, como Magda Chambriard e Ricardo Savini, da 3R, a petistas puro-sangue, como Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.

GESTÃO DA PETROBRAS

O ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco afirmou nesta sexta-feira, 5, que os ruídos e tentativas de intervenção na estatal são negativos e que esse cenário só será eliminado com a privatização da companhia. "Seja o governo A, B ou C, existe uma tentação enorme em se intervir na Petrobras", disse o executivo, que foi presidente na gestão Bolsonaro, em entrevista à GloboNews.

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