Neste ano, Pernambuco comemora o Bicentenário da Confederação do Equador, que teve a participação do líder revolucionário Joaquim do Amor Divino, mais conhecido como Frei Caneca. Nesta quarta-feira (22), a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause (Cidadania), coordenou uma reunião da Comissão do Bicentenário, que definiu a programação que marcará as homenagens a partir do dia 2 de julho e seguirá ao longo de todo o ano.
Durante a reunião, a comissão planejou o calendário de atividades que vão desde o lançamento oficial das comemorações do bicentenário até ações como concursos de redação, eventos científicos e culturais. O objetivo é destacar a importância do resgate histórico do movimento revolucionário para Pernambuco.
“A Confederação do Equador marca a nossa identidade política dentro do País. Desta maneira, vamos comemorar o bicentenário do movimento com debates que vão ganhar as ruas e, ao mesmo tempo, o espaço acadêmico. Esse planejamento dos trabalhos só está sendo possível porque contamos com a participação ativa e ampla de todos os membros da comissão” disse Priscila.
O encontrou contou com a presença de representantes da Grande Oriente Maçônico de Pernambuco, Marcos Cabral e Adilson Agrícola; do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, Margarida Cantarelli; da Academia Pernambucana de Letras e professor do curso de História da UFPE, George Cabral; da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Marcelo Casseb; do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Marco Aurélio Farias; do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Alexandre Assunção; da OAB-PE, Fernando Araújo; e o artista plástico Roberto Ploeg.
Confederação do Equador
O movimento pernambucano se destacou como a principal reação à política centralizadora e autoritária do governo do imperador d. Pedro I, que mesmo após declarar a independência do país ainda flertava com a ideia de recriar um Reino Unido a Portugal.
No final do ano de 1823, o então presidente da província de Pernambuco Francisco Pais Barreto, que foi nomeado pelo imperador, renuncia ao cargo. Os liberais então colocam na função, sem as bençãos da coroa, Manoel de Carvalho. Para evitar um conflito, d. Pedro nomeou ao cargo José Carlos Mayrink da Silva Ferrão, que também não foi aceito na província.
Após a retirada de uma divisão naval enviada pelo imperador, em 2 de julho de 1824, Manoel de Carvalho aproveitou a oportunidade para proclamar a independência de Pernambuco e enviou convites às províncias vizinhas do Norte, como Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte para aderir o movimento.
A proposta era que essas províncias se unissem a Pernambuco em um governo republicano, ideia que contou com forte repressão da Coroa, com vários integrantes do movimento condenados a morte, além de outras punições. Pernambuco foi penalizado pela coroa coma perda do território do que hoje compreende o Estado de Alagoas.