O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), minimizou, na tarde de hoje, as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre sua relação com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Depois de dizer que não queria falar a respeito do tema, o governador se limitou a responder que o presidente pode citá-lo "à vontade", mas que ele está "viajando" ao imaginá-lo como um adversário nas eleições gerais de 2026.
A resposta vem após Lula voltar a mirar sua artilharia contra o presidente do Banco Central. O mandatário reclama do ritmo na queda da taxa de juros, a Selic, e também demonstra incômodo com a relação entre a autoridade monetária e o governador de São Paulo, que figura em alguns bolões de apostas como possível postulante ao Palácio do Planalto.
No cenário simulado por alguns analistas, Tarcísio poderia ser candidato à Presidência da República e colocar Campos Neto como seu ministro da Fazenda. Tarcísio tem reiterado, em diversas ocasiões, que não tem a pretensão de concorrer à presidência nas próximas eleições, até mesmo porque pode se candidatar à reeleição para mais um mandato no Palácio dos Bandeirantes.
O discurso é para não minar sua relação com o governo federal, mas também tem sido feito para aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - padrinho político de Tarcísio - que se sentem incomodados com o protagonismo do dirigente estadual.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, o Executivo paulista pretende evitar tensionar a relação com o governo, não estendendo o tema.