Os 50 dias de reforma do Sushi Yoshi não correspondem, nem de perto, ao tamanho da ansiedade que sentiram os apreciadores da cozinha de Masayoshi Matsumoto. Há quase 18 anos do dia em que decidiu montar um restaurante e ali desenvolver seu trabalho, seu Yoshi resolveu apostar numa volta às origens. “A cozinha japonesa já não é mais uma novidade para o brasileiro. Então está na hora de apostar no tradicional”, contou o chef, durante apresentação do seu novo cardápio, avisando que aboliu o cream cheese (ingrediente totalmente alienígena à culinária oriental) dos seus pratos. “Mas se o cliente desejar, posso mandar à parte”, brincou.
Por tradição entenda-se cortes de peixes premium, como atum e salmão, oferecidos com técnica apurada, sashimis, sushis variados, sushis degustação à escolha do sushiman, além de verdadeiras obras de arte e sabor, como as colinas de atum e salmão. No prato, o peixe é selado e vem harmoniosamente montado, coberto por ervas e crocante de alho.
Das novas entradas uma pode parecer familiar a quem frequenta o Quina do Futuro, nos Aflitos: o Missô ebi Nabe (na foto acima). E é mesmo. O chef proprietário do Quina, André Saburó, que é sobrinho de seu Yoshi, uniu-se ao tio na nova etapa do restaurante, parceria que vai permitir o intercâmbio de alguns pratos no cardápio de ambos. O cliente que for conhecer o “novo” Sushi Yoshi, agora só aberto para o jantar, vai encontrar uma marca remodelada, ambiente mais aconchegante, pequenos cuidados nos detalhes (como um painel com um kimono japonês usado em um casamento e dado de presente ao chef), um agradável jardim de inverno com orquídeas e bambus (onde antes ficava uma pequena exposição de origamis) e o maior patrimônio da casa e unanimidade entre os clientes: a alegria de seu Yoshi, mestre que merece ser reverenciado.