Não é de hoje que os espelhos agradam, literalmente, a gregos e troianos. A literatura mostra que Narciso, o "Auto-Admirador", era um herói famoso por sua beleza e vaidade, não resistindo à sua própria imagem. Com o passar do tempo, os reflexos foram mais além: as peças ganharam a atenção de arquitetos e decoradores, por sua capacidade de ampliar e trazer vida aos ambientes. A arquiteta Silvana Carrilho, por exemplo, defende que toda sala deve ter uma lâmina espelhada para valorizar a área de convivência. “O reflexo dos móveis no espelho traz a sensação de espaço alongado”, reforça – mas aproveita, porém, para lembrar que cada cômodo não deve ter mais de um reflexo, evitando aquela sensação desconfortável de “reality show”.
Fabiana Haluli, da HR Haluli, atenta para os formatos, responsáveis por informações subjetivas que fazem toda a diferença. “Os modelos quadrados transmitem a ideia de organização, ares mais sérios, estabilidade. Já os redondos ou com versões irregulares são propostos de forma descontraída e trazem sensação de movimento, enquanto os retangulares inspiram calmaria, principalmente para ambientes pequenos”.
O banheiro é um ponto da casa onde os espelhos são fundamentais. A dica de Rosa Menezes e Izabel Farias, da Villa Pietra, é investir em revestimentos diferenciados, que ajudam na iluminação e na sensação de bem-estar. “Os fragmentos são tendência fortíssima na arquitetura e com certeza valorizam o espaço além das versões lisas e chapadas.” Eles, aliás, resultam em ótimos combinados tipo sobreposição de espelho com espelho ou mesmo molduras/texturas, explorando recortes e relevos”, pontua Izabel.